quarta-feira, dezembro 31, 2008

FELIZ 2009


Pode parecer para muitos coisa de crianças fazer uma lista com os desejos para o novo ano. Talvez até seja. Talvez seja esse lado infantil que temos em quase todos nós. Mas as últimas vezes que escrevi uma lista dessas, apesar dos anos que me separam desde então, já não era uma criança. Hoje, depois de tantos anos a ver defraudados os meus principais objectivos e de um último ano que teve tanto de bom (maravilhosos bastantes momentos do primeiro semestre - dos melhores em 40 anos) como de mau (principalmente os meses de ressaca e este, em que o dia a dia nos apanha tantas vezes afogado em memórias raramente felizes), já não escrevo nada do género e pouco mais de qualquer outra coisa. Os sonhos, esses, escritos ou não, mantém-se ou transformam-se, fruto dos dias que passam e não voltam. Apesar da época ser a isso propícia, já não espero milagres e os sonhos só me atraiçoam quando adormecido. Acordado, escreveria numa imaginária lista de resoluções, da vontade de enriquecer, de fazer a tal viagem que sempre imaginei fazer, de dar aos meus familiares mais próximos todo o conforto e segurança que raramente encontraram mas merecem. A seguir - numa ordem aleatória - pediria saúde para todas essas mesmas pessoas e um pouco mais de paz e harmonia por esse mundo fora. Difícil? Impossível? Talvez, mas nem tanto como alguns dos desejos que durante tantos anos repeti sem sucesso e que agora já não peço mais, porque tudo na vida tem o seu tempo, o seu espaço. Ao invés de lamentar os espaços em branco deixados por mim ao longo desta caminhada agradeço do fundo do meu coração por cada pequeno momento que fez com que a vida merecesse a pena ser vivida, pelas recordações que me vão acompanhar nos dias mais solitários ou tristes e que serão como uma janela que eu irei abrir para espantar a escuridão. Cada ano terá sempre os seus altos e baixos, cabendo a nós a escolha de guardar aqueles que realmente contam. E são esses que eu trago na memória. Que os piores momentos de 2009 sejam os melhores de 2008. UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS!!!

quinta-feira, dezembro 25, 2008

QUAL PAI NATAL QUAL QUÊ!!!








domingo, dezembro 21, 2008

ANTES QUE SEJA TARDE

Poucos dias faltam para o final de mais um ano. Quer queiramos quer não, é sempre um ano mais velho que ficamos, por mais jovem que seja o nosso espírito, uma folha a menos no livro da nossa história. Não desperdicem o vosso tempo em guerras que não levam a lado nenhum e nos consomem energia, alegria e porque não... anos de vida. O Natal é uma época que inspira sentimentos contrastantes, como a alegria e a tristeza, pelos entes queridos que não podem compartilhar desta quadra que se quer familiar. Talvez só os mais velhos ou os desiludidos se deixem abater com mais facilidade, com a lágrima pendente ao canto do olho, enquanto observam a alegria dos outros, as crianças pedindo aos pais tudo aquilo que vêem, os casais de namorados procurando abraços mais apertados na desculpa do frio, os pais olhando embevecidos os frágeis recém-nascidos..., invejando, sonhando por breves instantes que aquele sentimento tantas vezes ignorado ou considerado lamechas pelos mais novos faça parte das nossas vidas. Ninguém pode dizer que vive - por mais anos que tenha - se não tiver amado, um minuto que fosse dos seus dias. O tempo é cruel e ingrato, não pára, levando consigo oportunidades que não voltam mais. Depois... depois é tarde e nada mais ficam que recordações e um infindável reportório de "ses" sem resposta. Não espere por amanhã para ser feliz, para ter uma vida. Não espere pelo próximo Natal para dizer àqueles de quem mais gosta que os ama, o quanto eles são importantes para si. Viva a vida como uma chama acesa, brilhante, quente e não como a vela que se deixa consumir por ela.

Feliz Natal

O QUE O AMOR PODE FAZER...


Havia uma miúda cega que se odiava pelo facto de ser cega. Ela também odiava todos, excepto o seu namorado. Um dia, ela disse que se pudesse ver o mundo, casava-se com o rapaz. Num dia de sorte, alguém lhe doou um par de olhos. Então, o seu namorado perguntou-lhe:
- Agora que podes ver, casas-te comigo?
Ela estava chocada, porque descobriu que o namorado era cego e disse-lhe:
-Mas eu não posso casar contigo, porque és cego.
O namorado afastou-se dela, em lágrimas, enquanto lhe pedia:
- Cuida bem dos meus olhos.

sábado, dezembro 20, 2008

O PRESÉPIO DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO


PARA PENSAR


"Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando

Mas já é tarde.

Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo."

Bertold Brecht (1898-1956)

quarta-feira, dezembro 17, 2008

RESISTINDO À TENTAÇÃO

Namoravam há mais de um ano. Ele era um excelente rapaz, com um futuro promissor; ela era bonita, inteligente e prendada. Gostavam muito um do outro e todos diziam que faziam o par ideal. Pensaram então em casar. Tanto os pais dele como os pais dela, como ainda os próprios amigos aplaudiram tão sensata decisão. Apenas uma nuvem no horizonte: a irmã mais nova dela. Com 20 anos, a rapariga adoptava poses provocantes na frente dele - chegava-se muito perto, abaixava-se quando usava mini-saia, estendia-se no sofá de modo insinuante... Um dia ela pediu-lhe para a ajudar a enviar os convites de casamento. Estava sozinha em casa quando ele chegou. Pouco depois, sussurrou-lhe que tinha pena que se fosse casar dentro em breve e confessou que se sentia atraída por ele, que tinha até desejos dele. Perguntou-lhe então se não queria fazer amor com ela antes de ficar para sempre "amarrado" à sua irmã. O rapaz ficou em estado de choque. Ela continuou, impávida, dizendo: Vou para o meu quarto. Se estás realmente interessado vem ter comigo. E dito isto, subiu as escadas. Quando chegou ao patamar, despiu as cuecas e atirou-as cá para baixo. O rapaz assistiu a toda a cena de boca aberta, incapaz de dizer uma palavra . Aquilo não podia estar a acontecer. Ficou paralisado durante alguns momentos. Depois dirigiu-se para a porta, abriu-a desajeitadamente e correu para o carro, que estava estacionado em frente de casa. Cá fora estava o seu sogro que, de lágrimas nos olhos o abraçou, dizendo: Estou muito feliz que tenhas resistido à tentação e passado neste pequeno teste. Desculpa, mas tinha que ser... Agora tenho a certeza de que és o marido ideal para a minha filha. Bem vindo, meu filho!


Moral da história: Guarde sempre os preservativos no carro.

sábado, dezembro 13, 2008

PÉROLAS

O cérebro humano tem dois lados, um para vigiar o outro.

O cérebro tem uma capacidade tão grande que hoje em dia, praticamente, toda a gente tem um.

Quando o olho vê, não sabe o que está a ver, então ele amanda uma foto eléctrica para o cérebro que lhe explica o que está a ver.

Nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os dez primeiros.

O teste do carbono 14 permite-nos saber se antigamente alguém morreu.

O pai de D. Pedro II era D. Pedro I, e de D. Pedro I era D. Pedro 0.

Nos aviões, os passageiros da primeira classe sofrem menos acidentes que os da classe económica.

O índice de fecundidade deve ser igual a 2 para garantir a reprodução das espécies, pois precisa-se de um macho e uma fêmea para fazer o bebé. Podem até ser 3 ou 4, mas chegam 2.

Em 2020 a caixa de previdência já não tem dinheiro para pagar aos reformados, graças à quantidade de velhos que não querem morrer.

O verme conhecido como solitária é um molusco que mora no interior, mas que está muito sozinho.

Na segunda guerra mundial toda a Europa foi vítima da barbie nasista.

Cada vez mais as pessoas querem conhecer a sua família através da árvore ginecológica.

Quando os egípcios viam a morte a chegar, disfarçavam-se de múmia.

Uma linha recta deixa de ser recta quando encontra uma curva.

O porco é assim chamado porque é nojento.

O sul foi posto debaixo do norte por ser mais cómodo.

Os escravos dos romanos eram fabricados em África, mas não eram de boa qualidade.

O tabaco é uma planta carnívora que se alimenta de pulmões.

Na Idade Média os tractores eram puxados por bois, pois não tinham gasolina.

Princípio de Arquimedes: qualquer corpo mergulhado na água, sai completamente molhado.

Pergunta: Em quantas partes se divide a cabeça?
Resposta: Depende da força da cacetada.

A trompa de Eustáquio é um instrumento musical de sopro, inventado pelo grande músico belga Eustáquio, de Bruxelas.

Parasitismo é o facto de um gajo não trabalhar e viver à 'pala' dos outros, de dinheiro, cigarros e outros bens materiais.

O Convento dos Capuchos foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do monte.

A Terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados do mundo.
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quinta-feira, dezembro 11, 2008

EVASÕES (CECA RAZNATOVIC)











"O presidente do meu clube é mais bonito que o teu", devem ser as palavras mais usadas pelos adeptos do Obilic, clube sérvio, já que têm a comandar os seus destinos esta belíssima mulher nascida naquele país dos balcãs a 14 de junho de 1973. Ceca, como é conhecida, nasceu Svetlana Velickovic, adoptando o sobrenome Raznatovic após o casamento, em 1995, com Arkan, líder das forças paramilitares do Arkan Tigres e um dos mais influentes criminosos da década de 90, em Belgrado. O casamento, digno de um conto de fadas, teve honras de transmissão na televisão. Ceca, que desde cedo se notabilizou como cantora de sucesso, sendo apelidada por muitos como Rainha dos Balcãs, já passou por muitos díssabores, tendo o seu marido sido assassinado com uma bala na cabeça, a 15 de janeiro de 2000, vindo a morrer-lhe nos braços. Três anos mais tarde, viria a ser presa, acusada de tentar ajudar a assassinar o primeiro-ministro e de posse de arma, acusações que viriam mais tarde a ser-lhe retiradas. A presidência do Obilic, herdou-a do falecido marido, tendo também sido presidente honorária do Partido da Unidade Sérvia, além de presidente de uma organização humanitária, "Terceira Criança", entretanto extinta. Portanto, quando confrontado sobre qual o melhor dos presidentes desportivos deste canto à beira-mar plantado, só me apetece chorar, com pena de não ser sérvio.

100 ANOS


Extraído do próximo filme de Manoel de Oliveira (embora pudessem ser de qualquer outro dos seus filmes):

ELA - Olá (olha para a câmara durante 5 minutos)
ELE - (não diz nada)
ELA - (não diz nada e olha para a câmara durante mais 5 minutos)
ELE - (demora dois minutos a acender um cigarro)
ELA - (mostra-lhe uma fotografia)
ELE - (olha para a fotografia e fuma o cigarro)
ELA - (olha para a câmara durante 3 minutos)
ELE - (olha para a fotografia e depois para ela) És tu?
ELA - (vira-se para a esquerda e começa a andar)
ELE - (vai atrás dela e agarra-a) Espera!
ELA - (parando e olhando para ele) É a minha mãe (e desata a chorar)
ELE - Ah... (suspirando)


(Pois, a um ritmo tão frenético também eu chegava aos 100 anos fresco que nem uma alface.)

quarta-feira, dezembro 10, 2008

IMAGENS DO PAÍS REAL


(retirado do Correio da Manhã da semana passada e postado pelo site do Arioplano)

comentários indiscretos:
Afinal há super-heróis de verdade, vivem em Portugal e são ciganos.
Será que os assaltantes já deram com o dono do Audi, que ainda estava preso no porta-malas?

RESPEITO

"Ser capaz de respeito é hoje em dia quase tão raro como ser digno de respeito." (Joseph Joubert)

"Os homens não têm muito respeito pelos outros porque têm pouco até por sí próprios." (Leon Trotsky)

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
(Albert Schweitzer)

"Sempre é mais valioso ter o respeito, que a admiração das pessoas."
(Jean-Jacques Rousseau)

"Desconfio do respeito de um homem com seu amigo ou sua bandeira quando não o vejo respeitar o inimigo ou a bandeira deste." (José Ortega y Gasset)

"A bondade é o princípio do tato, e o respeito pelos outros é a primeira condição para saber viver." (Henri Frédéric Amiel)


"É preciso respeitar as crianças. Os adultos falam com elas como se fossem todas retardadas." (Quino)

O respeito é para muitos apenas uma palavra bonita que usamos quando serve os nossos interesses, visando obter respeito, quase sempre sem nos preocuparmos em respeitar os outros.Poderia acrescentar a estas definições que quem alimenta guerras não conquista o respeito dos outros ou que não interessa quem começou (a guerra), mas quem é Homem suficiente para acabar com ela. A Paz é muito mais difícil de semear do que a Guerra. Infelizmente, e apesar das muitas vantagens da internet e da liberdade conquistada para que possamos dizer aquilo que pensamos, muitos ainda confundem os limites dessa mesma liberdade e tentam impor as suas ideias e pontos de vista como se fossem lei, à maneira do antigo regime, armados de uma cegueira facciosa e ofensas que em nada nos dignificam enquanto seres humanos providos de inteligência. Em 2005, quando redigi as primeiras linhas deste espaço, escrevi que na vida, nem tudo é branco ou preto, bom ou mau, certo ou errado. Desde então, espero sempre com interesse pelos vossos comentários, pelas vossas ideias e opiniões, que tantas vezes me ajudaram a aprender qualquer coisa mais. Não sou dono da verdade. É por isso que abomino toda e qualquer discriminação, seja ela de natureza racial, sexual ou de qualquer outro tipo. Não gosto de pessoas que pensam que sabem mais que as outras, mesmo quando sabem. Desde a minha infância que tenho a noção de que podemos passar horas falando com outros sobre política, futebol e religião, sem que consigamos implantar as nossas próprias convicções. Nem por isso eu deixo de debater as minhas ideias, de brincar, por vezes num tom mais ou menos jocoso, mas de uma forma salutar e sempre com respeito.Insisto que a vida são dois dias. Que ganho eu em desperdiçar o meu tempo a discutir e a ganhar a animosidade alheia em vez de saber mais sobre pessoas que são diferentes de nós nas suas ideias e tentar compreendê-las? Talvez aprendêssemos algo mais acerca de nós mesmos. Falo-vos como alguém que pouco sabendo de muita coisa, sabe já que na vida - e quando chegamos a uma idade que poderíamos chamar de "nem carne nem peixe", poucas coisas são mais importantes que o tempo e da forma como ele limita os nossos sonhos e esperanças se não lutarmos por elas a mãos firmes. Já uma vez apaguei alguns comentários que eu considerei inadequados para um blogue que se pretende democrático. Não o voltarei a fazer, esperando, contudo, que as pessoas saibam respeitar não este espaço, muito menos o seu autor, mas que se saibam respeitar umas às outras e as suas diferenças, pois são elas que nos distinguem e nos valorizam enquanto seres pensantes.

terça-feira, dezembro 09, 2008

SOLIDÃO

"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente...
Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma"

Chico Buarque



quinta-feira, dezembro 04, 2008

HOJE SENTI SUA FALTA


-Hoje senti sua falta, como sempre sinto.
Senti saudades de mim, saudades de você,
saudades de nós, saudades da minha felicidade,
do seu sorriso, do seu viver.
Hoje mais do que nunca senti sua falta.
Falta dos teus olhos,
falta dos meus olhos nos seus.
Falta do seu olhar,
falta da alegria no meu olhar.
Hoje senti que preciso de você,
senti sua falta. Falta de ouvir “amor meu”,
falta de ser o amor seu.
Falta de
ter com quem falar,
falta de ter você comigo!
Sinto saudades, saudades de você.
Saudades do seu carinho…
Saudades da sua certeza…
Saudades da menina, da mulher.
Saudades de você, amor meu…
Senti falta de ouvir que sou o amor seu…
Hoje senti sua falta, como sempre sinto…
Saudade de você meu anjo


anónimo

segunda-feira, dezembro 01, 2008

CADUCADO


O meu bilhete de identidade só expira em 2017, porque será que tem dias em que me sinto tão caducado? Será dos quarenta?

sábado, novembro 29, 2008

À ESPERA DE GODOT


Qual é a idade em que é suposto ganharmos juízo? Qual a idade em que devemos abdicar dos nossos sonhos? há alguma idade limite para o risco? Até que idade é certo podermos fazer coisas erradas? E porque razão, só quando envelhecemos descobrimos o quanto errado foi preocuparmo-nos em fazer tudo certo? Até que idade nos é permitida a loucura de poder voltar atrás, fazer reset e recomeçar do nada? Porque será que a idade em que descobrimos que - apesar de todas as fortunas, dessa sede insaciável de fama e glória - não há nada mais importante do que a felicidade, chega sempre quando já pouco ou nada podemos fazer para alterar o rumo dos factos? Uma vez li que a vida estava virada do avesso, que deveríamos vir ao mundo velhos e sábios e a partir daí iríamos trabalhar, com todas as preocupações daí inerentes, seguindo depois para a juventude despreocupada, tendo apenas que passar o tempo da melhor maneira que fosse possivel, aproveitando cada minuto como se fosse o último. Mais tarde, já crianças, haveria tempo para brincarmos, então de forma mais inocente, antes de terminarmos a nossa vida regressando ao ventre das nossas progenitoras. Mas isso é utupia. Então continuamos escravos do tempo, contando o tempo que falta em vez de o tentarmos aproveitar ao máximo, esperando por um Godot que não veio hoje, como não veio ontem nem virá nunca, porque é caracteristica humana nunca nos contentarmos com o que temos, sofrermos de amores impossíveis, almejarmos nada menos que a lua. A que idade deixaremos nós, homens, de ser parvos?

quinta-feira, novembro 27, 2008

A IMPORTÂNCIA DE UM NÃO

O que explica cada vez mais actos tresloucados de violência puramente gratuíta e difícil de compreender pelo senso comum? Filhos batem nos pais, maridos e mulheres agridem-se um ou outro às vezes por motivos mesquinhos e sem importância, alunos desrespeitam e atacam professores. Por todo esse mundo há jovens que vão armados para as escolas e sem se saber muito bem porquê, começam a disparar indiscriminadamente, antes de porem termo à própria vida, pais violam filhas, etc etc etc. Dizem-se muitas coisas. Diz-se que a crise económica leva as pessoas a perderem a cabeça, que é a violência a que assistimos na televisão, nos filmes, e que há referências ao sexo em todo o lugar, desde os anúncios de TV, as telenovelas ou à própria maneira como se vestem as jovens dos dias de hoje, vulgarizando um acto de amor ao seu estado mais vulgar, primário e obsceno. Tudo isso mais as noitadas até às tantas, em que os nossos homens e mulheres de amanhã já começam a noite acompanhados de duas ou três garrafas cheias - quase sempre trazidas de casa, porque as bebidas nos bares e discotecas não são baratas - e acabam-nas quase a cair para o lado e sem saberem bem o que se passou entre o início e o fim da noite, mas com a satisfação de que são mesmo In, porque beberam, fumaram, passaram toda a noite fora de casa e mantiveram assim o respeito dos "amigos". O jovem actual tem uma fraca noção de direitos e deveres e de responsabilidades. Assim, pensam que podem fazer tudo, porque ninguém lhes poderá fazer nada. Afinal, nem os criminosos já vão para a prisão. Como se não bastasse, os problemas com droga, os assaltos e o próprio flagelo da prostituição estão a aumentar e a transformar a nossa sociedade de forma caótica, com as forças da ordem a perderem o controlo da situação e as pessoas andam com medo de passear na rua, mesmo em pleno dia. E a culpa é da televisão? Isto vem a propósito de uma postagem que li e que relatava que em algum lugar do mundo, um jovem entrou na casa da namorada com uma arma, que lhe foi vendida mesmo sem que para isso tivesse licença e fez a família dela refém, mantendo a polícia ocupada durante longas horas e atirando em duas pessoas inocentes. Ao que parece, porque ela NÃO quis mais falar com ele, porque a amava, mas não aceitava um NÃO como resposta. Pelo excerto do texto que se segue - e que nos dá uma outra e curiosa versão dessa história das responsabilidades -, a culpa de muito do que está errado nos dias de hoje pode ser de um simples NÃO.
"O NÃO da menina foi o único NÃO, dessa história toda. Faltaram muitos outros NÃOS: Faltou o NÃO de um pai e uma mãe; alienados pelas novelas de TV, dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá e tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. (...) Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Pelo jeito, a única que disse NÃO nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de NÃOS.

Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer NÃO às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer NÃO aos maridos (e alguns maridos, temem dizer NÃO às esposas). Pessoas têm medo de dizer NÃO aos amigos. Noras que não conseguem dizer NÃO às sogras, chefes que não dizem NÃO aos subordinados, gente que não consegue dizer NÃO aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros. Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um NÃO, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal. Os pais dizem, “não posso traumatizar meu filho”. E não é raro eu ver em público alguns tomando tapas de bebés com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraónicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:

“NÃO, você não pode bater no seu amiguinho”.

“NÃO, você não vai assistir a uma novela feita para adultos”.

“NÃO, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei”.

“NÃO, você não vai passar a madrugada na rua”.

“NÃO, você não vai dirigir sem carteira de habilitação”.

“NÃO, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos”.

“NÃO, essas pessoas não são companhias para você”.

“NÃO, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate”.

“NÃO, aqui não é lugar para você ficar”.

“NÃO, você não vai faltar na escola sem estar doente”.

“NÃO, essa conversa não é para você se meter”.

“NÃO, com isto você não vai brincar”.

“NÃO, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque”.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS; crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro NÃO que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um NÃO; intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade. E quem ouve uns NÃOS de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer NÃO a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O NÃO protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer NÃO aos seres humanos que cruzam os meus caminhos, quando acredito que é hora – e tento respeitar também os NÃOS que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. É aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias."

Toda a gente tem direitos e deveres e aos pais não assiste o direito de ficarem calados, mesmo quando os filhos - por já saberem andar pelos seus próprios pés - julgam que já sabem tudo. Eu próprio não sei de tudo. Continuo a aprender todos os dias, a cada minuto, e será assim enquanto eu viver, ensinando, mas sobretudo aprendendo, que nem todas as pessoas são iguais, respeitando as diferenças - isso faz parte da cidadania - e tendo a noção de que os meus direitos vão até onde começam os direitos dos outros. Isso é fulcral para uma convivência sã e é geralmente esquecido nos dias de hoje, em que só os nossos desejos e direitos contam.

P.S. Será que só a mim é que causa confusão esta nova moda de andar com as calças abaixo? Se calhar estou já a ficar cota - mesmo que com alguns dias de antecedência.


terça-feira, novembro 25, 2008

E SOMOS HUMANOS?



Comemora-se hoje o Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres. É uma designação extensa e que não soa lá muito bem, a recordar-nos que neste ano de 2008, as pessoas insistem em maltratar os seus semelhantes, mulheres ou não, mas também crianças, idosos, animais, etc etc etc. Realmente, seria difícil algo assim soar de outra forma e se as palavras porventura tivessem cor ou cheiro, estas estariam tingidas a vermelho e cheirariam mal, muito mal.


A vida são apenas dois dias e o primeiro vai já a meio. Será que não sabemos ocupar melhor o nosso tempo? É inadmissivel que hoje em dia ainda se procure a via da violência para resolver qualquer discordância de opinião, mas é a triste realidade. À falta de outros argumentos, como a razão, usa-se e abusa-se da violência.


Pessoalmente, custa-me a acreditar que os nossos antepassados das cavernas fossem tão primitivos como muitos de nós que nos passeamos de fato e gravata e gostamos que nos tratem por senhores ou doutores.

É tempo de acabar com esta vergonha! É tempo de dizermos
"basta"! Por si, por todas as vitímas directas ou colaterais deste flagelo, seja Humano, denuncie. Recorde-se que se hoje pode estar a ajudar a salvar uma vida, amanhã poderá ser a sua a estar em risco.

domingo, novembro 23, 2008

3 ANOS


E lá vão três anos de Lado B. Na hora de soprar as velas penso naqueles que passaram por aqui, nos que ainda continuam e naqueles que não voltam mais. Há sempre a ideia de que podia ter feito mais, ter conseguido algo mais com este espaço, ter ido mais além dos seus limites. Agora que aqui cheguei desejo, não me tornar muito aborrecido para quem por cá passa, agradar à vista, aguçar o pensamento daqueles que têm alguma coisa por dizer. A todos os que me têm acompanhado e sobretudo a quem tem contribuído para que não esmoreça nesta tarefa o meu muito obrigado.

sábado, novembro 15, 2008

E FEZ-SE LUZ

A iluminação de Natal na cidade de Almada foi hoje inaugurada com grande pompa e circunstância na Praça do MFA, junto à enorme árvore de Natal, cujo acender das luzes foi o ponto alto desta cerimónia, aproveitada pela Presidente da Câmara para, entre ténues aplausos e alguns assobios, fazer a elegia da importância para o Concelho do polémico Metro, enquanto fonte de desenvolvimento para Almada. Política à parte - mas não esquecida - e apesar dos atrasos sempre habituais nestas cerimónias, a cidade está bonita e espaçosa. Pessoalmente, tudo isso, as luzes, as festas, a alegria das crianças e toda este âmbiente tão peculiar enche-me de uma melancólica nostalgia dificil de explicar, numa época propícia à partilha.

sexta-feira, novembro 14, 2008

MÁ EDUCAÇÃO

Primeiro que tudo, quero aqui vincar que, estou contra uma série de medidas aplicadas pelo Governo em geral e, em particular, pelo Ministério da Educação, que limitam em muito, a vida particular dos professores, que antes de o serem são seres humanos. As recentes ocorrências que marcaram as visitas a estabelecimentos de ensino, quer da ministra da educação como dos seus secretários reflectem, não apenas o elevado grau de insatisfação em relação ao estado da educação em Portugal, como ainda um preocupante problema dessa mesma educação - ou falta de - que é notório desde há muito nas faixas etárias mais novas - o chamado futuro da nação - mas que vem ganhando grandes adeptos entre pessoas de outras idades, para quem a vida é apenas feita de direitos. O que é verdadeiramente alarmante é saber que estas manifestações de violência e má-educação são organizadas para servir os interesses de outros que não apenas os estudantes ou os professores e que estes jovens que atiram impropérios - além de ovos e tomates - ao Governo, cujo significado a maior parte desconhece, deixam-se afinal conduzir como carneiros, destituídos de personalidade própria, acartando eles com as consequências directas dos baixos estratagemas orquestrados por quem tem interesses bastante distintos dos princípios da educação. Na minha modesta e pouco significativa opinião, salta à vista desarmada que algo vai muito mal no pelouro da educação, mas não deixa de ser para mim inequívoco que, neste como em outros sectores, desde os professores, aos médicos, aos próprios pais como à classe política, é necessária uma avaliação, que na maior parte dos casos seria negativa. Há, concordo, necessidade de alterar programas descabidos da realidade, para que - no caso específico dos professores - estes não se vejam obrigados a passar grande parte do dia nas escolas, negligenciando as suas vidas pessoais. Quanto aos alunos e aos outros, os verdadeiros mentores destas manifestações infantis, existem outras formas de protesto mais dignas que o lamentável desperdício de ovos ou tomates, mas que devido ao grau de cívismo e educação inerentes serão para eles desconhecidos ou muito difíceis de assimilar.

quinta-feira, novembro 13, 2008

SUGESTÕES



As minhas sugestões de hoje incluem três filmes que tive a sorte de poder ver nestes últimos dias. O primeiro é Bangkok Dangerous (O Perigo Espreita), mais uma versão americana de um filme de 1999 com o mesmo nome. Neste remake, com o genial Nicolas Cage como protagonista, desempenhando o papel de um assassino contratado para quatro trabalhos, na Tailândia. Metódico, solitário e eficiente, começa a ver a sorte alterar-se assim que se apaixona por uma ajudante duma farmácia, começando a pôr em causa os seus próprios valores até aí inquestionáveis. Longe de ser um filme brilhante - as cenas de acção chegam a ser pobres e bastante inverosímeis -, é o carisma de Cage que salva o filme e, embora dele se espere sempre mais, consegue torná-lo num entretenimento válido. Destaque neste filme para a beleza serena de Charlie Young, tão peculiar das mulheres orientais.




De uma crueza por vezes arrepiante é a minha segunda sugestão, Obsessão Mortal, com outro dos maiores nomes da indústria cinematográfica americana, Richard Gere, ao lado da competente Claire Danes. Neste filme que se debruça sobre os crimes sexuais e toda a espécie de fetiches relacionados e levados a extremos, Gere é um agente que tem como missão acompanhar a reinserção social de ex-detidos por esse tipo de crimes, enquanto que Danes é a pessoa que vai tomar o seu lugar, logo após a sua reforma forçada, com base nos métodos bastante violentos e pouco éticos do protagonista. Claramente, um filme a não perder.



A terceira sugestão é o quase desconhecido Windstruck, de 2004, mas a que felizmente tive acesso. Originário da Coreia do Sul, este filme é realizado por Kwak Jae-Young que, pelas críticas, é daqueles realizadores com um toque especial de Midas, capazes de fazer um sucesso de cada filme realizado, cujo expoente será My Sassy Girl, aguardado por mim com imensa expectativa.
Além destes dois filmes, também é seu, Il Mare, que os americanos aproveitariam para fazer A Casa da Lagoa, com Sandra Bullock e Keanu Reeves. Windstruck conta a história do envolvimento entre uma mulher polícia (interpretado por uma magnetizante Jun-Ji-Hyun) e por um professor (Jan-Hyuk). A história, ao contrário dos romances ocidentais, é imprevisivel, sem os habituais clichés do "viveram felizes para sempre". A mescla entre a comédia, o drama, as artes marciais ou mesmo a fantasia, resulta numa mistura explosiva, tornando Windstruck num filme sensivel e arrebatador, capaz de trazer as emoções à flor da pele. Puro e selvagem, inocente e por vezes a roçar o ingénuo, Kwak consegue arrancar-nos uma gargalhada com a mesma facilidade com que nos rouba uma lágrima. Pelo menos comigo conseguiu-o.

quarta-feira, novembro 12, 2008

SE EU MORRER AMANHÃ


Se eu morrer amanhã
quero te ter hoje,
te conhecer
e te amar.

Quero levar de ti,
os beijos que não troquei,
as carícias que não tive,
os abraços
que não dei.

As madrugadas que não vivi,
a cama vazia em que acordei,
sentindo-te contra mim,
me procurando sem te achar,
pois não estavas ali.

Estava a te procurar tanto
que passei pela vida e não te vi.
As lágrimas que verti,
os olhos cansados
olhando o infinito,
e vendo só a ti.

Se eu morrer amanhã,
quero a certeza
que te tive um dia,
para poder contar
aonde for
que foste meu
uma vez,
um minuto,
que não deu nem para um beijo,
pois estava tão perdida
que me perdi neste minuto.

Amando-te desta maneira,
passei pela vida
e nada vi,
pois só via a ti.
Nada mais procurava,
nem a ti achava...
Na minha loucura de te amar,
perdi a noção do tempo.
Te perdi
dentro de mim,
pois nunca o tive.

E, continuando essa busca,
se eu morrer amanhã,
serei feliz!
Te procurei,
não te encontrei
mas só te amei!


de Eda Carneiro da Rocha

terça-feira, novembro 11, 2008

SE EU MORRESSE HOJE...

"Se Eu Morresse Hoje..." é um tópico bastante interessante sobre o qual encontrei dois poemas belíssimos capazes de nos deixar a pensar sobre o assunto e que gostaria de compartilhar convosco:


Se eu morresse hoje
queria ter a tua mão segurando a minha..
eu pedir-te-ia perdão pelas muitas coisas que não disse
pelas vezes que menti e por tantas que me omiti
por verdades que não deveria ter dito
pelos beijos e carinhos que não te dei,

Beijaria as tuas mãos em agradecimento
pelo amor que me fizeste sentir
por todos os minutos que a tua voz acarinhou meus ouvidos
pelas verdades não ditas
e pelas mentiras ocultas
pela felicidade que me deste
por minutos que nos sentimos
por tu existires
e teres cruzado o meu caminho

Estranha vida que faz com que nos últimos momentos
tudo que poderia ter sido e não foi seja possível...
Quantos beijos e afagos perdidos...
Quanto tempo desperdiçado...



Se eu morresse hoje.
Morreria feliz!
Porque tive você
em meus braços.
Pude te olhar nos olhos,
e dizer te amo.
Se eu morresse hoje,
Não iria chorar pelo
que não tive.
Iria chorar pelo
que perdi.
A vida é feita de
ganhos e perdas.
De instantes,
de eternidade.
Lembranças felizes.
Momentos de alegrias
e de lamento.
Pras dores e lamentos,
cerro as cortinas
do meu pensamento.
Escancaro as janelas
da alegria.
Deixo entrar a emoção,
e a recordação.
Dos momentos únicos,
e felizes que passei com você.
Se eu morresse hoje.
Seria uma benção,
não um lamento.
Pois vivi com você.
os melhores momentos
Com você eu fui
desmedidamente feliz.
E pra sempre em meu
coração viverás.

sábado, novembro 08, 2008

A PESSOA ERRADA


A pessoa errada

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivência, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.

Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada.

A pessoa errada te faz perder a cabeça
fazer loucuras
perder a hora
morrer de amor.
A pessoa errada vai ficar um dia sem te encontrar
que é pra na hora que vocês se encontrarem
a entrega ser muito mais verdadeira.

A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar
mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono
mas te vai dar em troca uma noite de amor inesquecível.
Essa pessoa talvez te magoe
e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
mas vai estar 100% da vida dela esperando você,
vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo
porque a vida não é certa,
nada aqui é certo.
O que é mesmo certo, é que temos que viver cada momento, cada segundo
amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo.
E só assim é possível chegar àquele momento do dia
em que a gente diz: "graças a Deus deu tudo certo"
quando na verdade
tudo o que Ele quer
é que a gente encontre a pessoa errada.

Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...
nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano,
respeitar as diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução.


de Luís Fernando Veríssimo


(não sei se sou a pessoa certa ou errada. Sou a pessoa que te ama e isso para mim é tudo, como para outros pode ser nada)

quinta-feira, novembro 06, 2008

ETAPAS

É sempre com tristeza que tomo conhecimento do fim de outros blogues, com a noção cada vez mais palpável de que também este espaço já viu esse mesmo dia mais distante. Para os mais atentos, é notório que a dedicação tem escasseado. Para mim fica também a certeza de que as dúvidas, sobretudo existenciais, mas também a nível do conteúdo surgem cada vez mais frequentes. Manter um blogue requer, não apenas dedicação. É fundamental haver um motivo, uma actualização periódica e alegria, no sentido do acto de postar constituir muitas das vezes um escape, uma forma de desabafo, um grito quantas vezes surdo, mas que nos liberta. O desaparecimento de outro blogue com o qual se partilhavam visitas e se trocavam comentários quase como num ritual diário é como perder um amigo chegado, mesmo que não o conheçamos pessoalmente. Quantos sites visitamos diáriamente ignorando quer o nome ou o sexo do seu autor? É esse o poder, o fascínio da internet, o de aproximar quem está distante, levando-nos por vezes - e por essa mesma contingência geográfica - a trocarmos mais fácilmente confidências com desconhecidos do que com familiares ou amigos. Sei, e espero ser este o caso, que o encerrar de uma etapa como esta - apesar de não ser fácil - não pressupõe obrigatóriamente para quem a toma, qualquer tragédia ou drama pessoal. Quantas vezes o virar desta página não significa o abrir da janela, o pulo em direcção à vida, a descoberta de novos alentos bem menos virtuais e por isso mesmo mais aliciantes, porque a vida não é para ser vivida na ponta dos dedos... mas no pulsar do coração. Eu chamo-me Miguel Ângelo, e este, ainda é O LADO B DA VIDA, sempre tentando agradar a quem fica, mas sem esquecer quem parte.

ANJOS & DEMÓNIOS

O cubo mágico para mulheres

MEMÓRIAS COM PERFUME

O meu primeiro beijo foi demasiado rápido e desajeitado, à porta de casa dela, após o pedido de namoro arrancado a ferros na esplanada do Radical, com o embaraço próprio de um adolescente que já não o era e que sentia o chão fugir-lhe debaixo dos pés, numa proeza nunca ousada. O coração, esse, batia como um tambor - bum! Bum! Bum! - desenfreadamente. Onde escasseava tempo sobrava um querer desmesurado e inflamável que mais tarde havia de consumir em cinzas um frágil castelo de cartas alicerçado em sonhos. A vida é assim, faz-se de pequenos detalhes, alimenta-se de grandes sentimentos. Hoje, no aniversário desse dia, recordo o primeiro beijo. Não foi o melhor. Nesse campo, a tendência é sempre para melhorar, mas o sabor das primeiras vezes acompanha-nos até ao último dos nossos dias como um perfume suave mas inebriante, no escrínio secreto das lembranças.

E se a memória tem cheiro, as minhas têm o odor peculiar do cravo e da revolução.

quinta-feira, outubro 30, 2008

A CAUSA DA VIOLÊNCIA

Tenho assistido ao longo dos últimos anos e, com alguma preocupação, a uns quantos comentários de uns iluminados sobre algumas das causas do crescendo da violência nos nossos dias. Preocupação pela facilidade com que se empolam certas situações, numa cruzada pelo catolicismo ou por uma notoriedade gratuíta que quase chega a dar vontade de rir, não fosse tão preocupante. Recordo-me perfeitamente do choque que foi para as imaculadas e todas poderosas altas esferas do Vaticano o tema Like A Prayer e o respectivo vídeo de Madonna, como as ridiculas tentativas de silenciar O Código Da Vinci, como se a "verdade" que nos é incutída desde tenra idade possa ser afinal um aglomerado de mitos frágeis nos seus alicerces. Dizem - os entendidos - que a televisão, hoje em dia, incita à violência e ao sexo, que os filmes são demasiado agressivos e até a animação infantil tem violência em excesso, que depois é transposta do ecrã para a vida real pelos jovens. Quando eu tinha os meus 10/12 anos, também havia armas na televisão, havia cowboys e índios, piratas, filmes de capa e espada. Não me tornei uma pessoa violenta. Pelo menos, não mais do que o normal.



É fácil procurar explicações, como se todas as pessoas fossem iguais e as suas atitudes e motivações fossem para toda a gente as mesmas. Mais recentemente, houve uma polémica sobre uma das capas do filme Procurado, uma vez mais pelo incitamento à violência. Nestes últimos dias, o julgamento do Comité Anti-Violência britânico incidiu sobre uma foto da cantora Katy Perry - que era para ser capa do seu novo disco -, em que ela surge com uma faca na mão. Em causa está o crescente número de crimes praticados com facas entre os adolescentes. Inclusivé, o pai de uma menina que foi esfaqueada disse: "alguns jovens podem vê-la com a faca e querer ter uma também". OK, meus senhores, acabem com as telenovelas, os filmes e os noticiários e passem novamente os episódios da Heidi e da Casa na Pradaria.



Por último, nesta última semana, também um jogador do Arsenal de Inglaterra foi critícado, mesmo na pessoa do seu treinador, por ter sido fotografado - na rua - a fumar. Arséne Wenger considerou que o seu jogador agiu mal, pois como figura pública tem responsabilidades. Ainda no país de sua majestade, um outro treinador, ao saber que um jogador da sua equipa tinha sido apanhado a horas impróprias a saír de uma casa de striptease, apenas disse que lamentava já não ter a idade do atleta em causa, pois ter-lhe-ía feito companhia. Pessoalmente, concordo que se critiquem certas situações em que a violência ou certas cenas de menor decoro sejam evitáveis, preterindo-se o sensacionalismo e a vulgaridade ordinária, mas daí a empolar e a extremizar determinadas atitudes, como se os jovens de hoje não tivessem opinião própria, e fossem todos como um bando de carneiros fácilmente influenciáveis pelos media ou pelos seus ídolos é não só descabído como falso.