tag:blogger.com,1999:blog-192495542024-02-03T12:02:44.229+00:00O LADO B DA VIDAPorque na vida nem tudo é branco ou preto, bom ou mau, verdade ou mentira. Porque a vida não tem necessariamente de ser aquilo que parece, este é o meu espaço, onde guardo os meus sonhos e desilusões, resquícios de uma vida à espera de ser vivida.Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.comBlogger941125tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-26300034926853841772017-02-02T19:40:00.001+00:002017-02-02T19:40:30.780+00:00MUDANÇAmudei-me para OLADOBDAVIDA2.BLOGSPOT.COMMiguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-56911479664973219052016-06-03T11:56:00.001+01:002016-06-03T11:56:16.129+01:00FEIOS, PORCOS E MAUS... E AINDA POR CIMA DESDENTADOS (ou uma viagem do Portugal profundo ao Brasil dos morrtos e favelas, passando pela lua até à India)<div style="text-align: center;">
Num comentário ao que de mais relevante me marcou esta semana começo pelas mais de três dezenas de selvagens que violaram uma jovem de 16 anos no Brasil e não satisfeitos, ainda publicaram o vídeo da sua façanha (?) nas redes sociais. Já as habituais vozes se levantaram a dizer que foi consensual, que a rapariga agira ou vestia de forma a instigar tal comportamento repugnante e ultrajante, mas que não é mais do que um daqueles crimes sem perdão para os quais qualquer castigo por mais doloroso será sempre pouco. Afinal que mundo é este que trata as mulheres como objectos sexuais, como se fossem seres de segunda e não merecedores dos mesmos direitos e respeito que os homens? Evoluímos, dizem alguns, deixámo-nos dos preconceitos e falsos moralismos do passado, inventámos a roda e a matemática, aprendemos a diferença entre o certo e o errado, fomos à lua. Então o que motiva comportamentos como estes? Não somos selvagens só porque nunca vimos o mar ou sentimos a neve no rosto ou por sermos desdentados. Não somos melhores ou piores por termos educação, mais ou menos dinheiro, por sermos brancos ou negros, homens ou mulheres. Natureza humana? A verdade é que à primeira tentação damos primazia aos nossos instintos mais básicos e selvagens como se ainda vivessemos em cavernas fazendo fogo com dois pedaços de madeira. Deve a mulher em alternativa deixar de se cuidar, tapar-se até ao pescoço, esconder as formas porque de outra forma estará a incentivar a violação? Mas o piropo é que é crime. Envergonhem-se os senhores da justiça e do progresso! Não pode uma mulher entrar num autocarro repleto de homens sem correr o risco de ser violada ou assassinada? Homem que é Homem não se deixa guiar pelo instinto, não bate na mulher, não impoe a sua vontade contra a vontade alheia, não viola, não se escuda em acções injustificadamente incontroláveis para satisfazer desejos egoístas. Que sociedade é esta sem moral, tão depravada, conspurcada por um desejo insaciável de ambição, de corrupção, de direitos isentos de deveres, de uma sede egoísta de poder que não vê limites e que continua a passear-se incólume e sem remorsos sobre um mar imenso de crimes hedíondos e pecados atrozes, enquanto as beatas criticam decotes junto ao altar.</div>
Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-38522341187233052992015-09-06T19:39:00.002+01:002015-09-06T19:40:21.485+01:00FILHOS DA GUERRA - ANJOS CAÍDOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikK0MiYNv6oufMSYIIylOzNHPROyG9n9VZf0gbCzV92HouYt1HDA1pEl6f4T6PQeTIY1-TO98Yle88EEyKZNowFNvTBTyifXEmlNTmLTIWHqEfd2tIc5Ff-n_oMVJj6OBDRBSBPA/s1600/alx_mundo-menino-refugiado-morto-20150902-03_original-1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikK0MiYNv6oufMSYIIylOzNHPROyG9n9VZf0gbCzV92HouYt1HDA1pEl6f4T6PQeTIY1-TO98Yle88EEyKZNowFNvTBTyifXEmlNTmLTIWHqEfd2tIc5Ff-n_oMVJj6OBDRBSBPA/s320/alx_mundo-menino-refugiado-morto-20150902-03_original-1.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
I</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
Podia começar por falar em destino, mas o destino não tem nada a ver com isto. Nem o destino nem a sorte ou o azar de ter nascido na Síria, no Iraque, na Palestina, como na Bósnia ou na Ucrânia, etc etc etc. Continuo a pensar que o destino somos nós que fazemos e esta criança não teve tempo para sonhar, muito menos para fazer fosse o que quer que fosse com a sua vida. Ninguém planeia morrer aos três anos numa praia da Turquia... ou noutra qualquer. Aylan é um de tantos filhos da guerra, anjos caídos, uma das mais recentes e provavelmente a mais mediática vítima entre os refugiados de mais um dos inúmeros conflitos que assolam este nosso planeta azul, que, tal como a lua é cada vez mais - e apenas - bonito e inspirador se visto ao longe. Não que o nome interesse. Não interessa nesta idade como não interessará aos vinte anos, assim como no ocaso de uma vida "normal", para lá dos 70's. No fundo, só importa aquilo que fazemos. Nós não escolhemos o nosso próprio nome, não escolhemos ser bonitos ou feios, altos ou magros, louros ou morenos, de olhos azuis ou castanhos. Também não escolhemos ser homens ou mulheres, brancos ou pretos, europeus ou americanos, árabes. E no entanto sabemos como esse destino em que não acredito está tão interligado à importância dita menor destes detalhes que de pormenores nada têm. Pormaiores, talvez. Ninguém escolhe nascer no meio da guerra ou da fome. Aylan não teve nas suas mãos o poder da escolha, aquilo que realmente importa que é o que fazemos da vida. Cada escolha, cada decisão, leva-nos ao que queremos ser e fazer pelos outros, por um mundo melhor ou pior, faz-nos ser bons ou maus, cair e levantar, deixar uma marca, memórias, vivermos para além da nossa existência física. Este menino a quem a infância - muito provavelmente limitada e atribulada - foi roubada em tão tenra idade não teve tempo para muito, porventura para brincar tampouco, mas a sua imagem largado das águas naquela praia da Turquia, para lá de qualquer questão moral, poderá ajudar a mudar consciências, a sensibilizar todos aqueles que podem mudar - todos nós - muito ou pouco, sendo que o pouco é melhor do que o desagrado geral das vozes que protestam e dos braços que se quedam invariavelmente cruzados sem nada fazerem porque podem pouco. O mundo não evoluiu com um cruzar de braços, a roda e o fogo não nasceram da inércia. Não basta ficarmos chocados a assistir enquanto milhares de Aylan's vão desperdiçando as suas vidas escorraçados de suas próprias casas, ao sabor das balas, da violência e do ódio, para longe das suas raízes à procura de um futuro cujo prazo de validade seja superior a três anos. Será que a humanidade atingiu um ponto em que continua a ser normal criar barreiras, hostilizar, discriminar tudo o que nos é diferente, pessoas, religiões, ideias? Será que após anos e anos de "evolução" continua a imperar o espírito das cruzadas, dos campos de concentração para aqueles que não são de raça pura, a perseguição das bruxas pela inquisição, o klu klux klan? Se o amor, o respeito e a compreensão são palavras vãs deveria ser proibido nascer nos países em guerra...</div>
Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-79028953235148661352014-01-09T04:31:00.000+00:002014-01-09T04:31:09.427+00:00DOS CHEIROS E SONS DA ESCRITA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipLQQ9HRtU02eZf77ChsnGKZWReD1DKuUy7epsDGMKYaXoVy2CNxijI77LaJ72S0vGt1Z00ZoiiM0HTYIJfs_TjO6asufZgdg-qN046Sr3unlN36AnVCZ7QdJkIstDEWuQu9t0kA/s1600/escrever.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipLQQ9HRtU02eZf77ChsnGKZWReD1DKuUy7epsDGMKYaXoVy2CNxijI77LaJ72S0vGt1Z00ZoiiM0HTYIJfs_TjO6asufZgdg-qN046Sr3unlN36AnVCZ7QdJkIstDEWuQu9t0kA/s1600/escrever.jpg" height="190" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
Já não escrevo como escrevia, pensei, após meia dúzia de linhas escritas quase à pressa. Faltam-me os cheiros como me faltam os sons, do que antes parecia uma obrigação e era apenas prazer, necessidade. Bate-me hoje forte a saudade de escrever directamente na folha branca ou, como mais tarde o fazia, do martelar sincronizado das teclas da máquina de escrever, de ver cada folha por mais alva tingir-se, não de palavras, mas de sentimentos, de sonhos desfeitos pelo tempo, de sonhos a tempo de serem bem mais que sonhos, de esperança, riso e lágrimas, de vida, umas vezes vivida, outras... apenas pensada.</div>
<br />Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-10925806788328122902013-03-28T23:48:00.000+00:002013-03-28T23:50:21.382+00:00DE SÃO E DE LOUCO...<h3 class="post-title entry-title">
<br />
</h3>
<div class="post-header">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwljY-VBZ6OrzVaRspONLTJItoVa4CSu-CbICFmW6xivomWhTeVUdw8-wcN23vqY-qWYkIaOP2i8LyDPFkORd8uklxNDhJKvgYdvRGjOzlLgergQU3DB64DKcJkubGdSljtyAqLA/s200/Dr.+Jekyll+and+Mr.+Hyde+-+2008+uouwww.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="140" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">qual será a nossa verdadeira natureza?</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Hoje,
recordei aquela
antiga teoria de que qualquer um de nós pode matar outra pessoa,
associando-a a histórias como a de Jekyll and Hyde e tantas outras,
verosímeis ou não que nos deixam sempre de boca aberta, tal a capacidade
do Homem em espantar-nos com atitudes indignas mesmo do nosso
antepassado e primitivo habitante das cavernas. Seremos essencialmente
bons ou maus? Qual será a nossa verdadeira natureza, os nossos instintos
mais latentes? Nos Estados Unidos, uma mãe matou o próprio filho, de
três meses, porque o choro da criança estava a incomodá-la, enquanto
jogava ao Farmville. Ela confessou às autoridades ter abanado o bebé,
fumando um cigarro em seguida, na tentativa de se acalmar, mas tornando a
abaná-lo até ao desfecho fatal. Talvez seja mesmo verdade que qualquer
um possa matar, como até roubar. Experimentem ter uma família sem
recursos de subsistência, perderem o trabalho, verem os filhos doentes,
chorando com fome... Uma das consequências do agravamento do poder de
compra e de uma crise cujo fim não se vislumbra - antes pelo contrário -
será, certamente, fazer aumentar a criminalidade. Simples lógica
dedutiva. Matar não será acto de uma sequência tão racional - na maior
parte das vezes -, obedece sobretudo a motivações, fruto de um instante,
de uma loucura que nos tolda os sentidos e nos traz à flor da pele os
impulsos mais irracionais e primitivos, que julgávamos não existirem,
depois de anos e anos de evolução e educação. Culpar o Facebook e os
seus jogos soa-me a uma desculpa tão frágil como associar a
criminalidade à violência dos filmes. Resta sempre o stress, tão
conveniente para justificar todas as nossas emoções mais instáveis, as
fúrias súbitas, o mau humor e a falta de paciência, a luta diária por
uma vida - ou sobrevivência - pelo menos no limiar da dignidade. Sei que
os dias parecem cada vez mais curtos, independentemente da mudança da
hora que aí vem, que o tempo que temos se transformou numa corrida
diária, de tarefas cronometradas ao segundo. São os transportes, as
relações, as refeições já sem a família toda junta, sem tempo sequer
para nos sentarmos, o fast-food, o fast-fuck, a televisão a silenciar o
diálogo, os relógios de ponto e o medo do futuro, tudo num ritmo
vertiginoso - time is money - como uma volta num carrocel que teima em
não parar, onde qualquer descuido, qualquer falta de atenção podem ser
suficientes para um game over. Uma espécie de tortura psicológica, em
que matar ou morrer chega a parecer para muitos natural e razoável,
mesmo lógico. Não para mim. Natural, razoável é jogar um jogo na
internet de vez em quando como forma de distracção, assistir a um bom
filme, mas sem usar esses devaneios como uma concha onde nos escondemos e
sentimos imunes e tantas vezes impunes, sem cair no vício de aí
permanecermos horas e horas, especialmente quando há uma vida que tantas
vezes nos passa despercebida, de pormenores, de convívio com pessoas
reais, amigos, família, que não têm culpa do ritmo frenético, dos
humores inconstantes e que não têm por isso de ser transformados em
reféns de uma guerra interior, invisível, tendo de chorar ou preencher
formulários por um pouco da nossa atenção e boa disposição. Um jogo não é
mais do que isso mesmo, algo onde ganhamos ou perdemos, morremos e
recomeçamos, onde temos a opção de carregar no pause de cada vez que
quisermos. A vida não tem essa opção, por isso cada minuto conta tanto,
cada minuto deve ser valorizado como um milagre, uma benção. Um passeio
ao ar livre, uma ida ao cinema, um jogo de computador - em família,
dialogar, amar, podem fazer muito mais por nós que uma embalagem de
Valium ou de Xanax.</div>
Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-56765702135276027092013-03-28T23:33:00.002+00:002013-03-28T23:33:42.826+00:00O MUNDO É UM DIA ATRÁS DO OUTRO...<h3 class="post-title entry-title" style="text-align: center;">
... onde acordar, o simples facto de estar vivo pode ser o maior acontecimento do dia.</h3>
<div style="text-align: center;">
<br />
O despertador toca às 5h20 e apanha-o acordado desde as 5, fazendo tempo
para se levantar, o que só acontece pelas 5h30, dia sim dia sim. Os
breves rituais de limpeza não costumam exceder os 10/15 minutos,
excepção para aqueles dias em que a máquina de barbear fica sem carga e o
deixa mal-humorado, pelo inesperado da situação. Não gosta de
surpresas. Às 5h50 está já fardado e pronto a sair de casa. As poucas
pessoas que encontra pelo caminho são já caras conhecidas, embora não
haja trocas de palavras entre eles. Ainda com tempo, toma o primeiro
café da manhã no local do costume, passando a vista pelo jornal, o mesmo
que compra desde que começou a ter dinheiro para as suas próprias
despesas. O relógio de ponto responde com um inexpressivo "obrigado" à
picagem de "entrada ao serviço", que espera vir a decorrer dentro da
normalidade, de gestos que se repetirão durante as oito horas seguintes e
que conhece já de cor, mesmo as reacções quase sempre imprevisíveis do
chamado factor humano, mas que ele aprendeu a prever, como um bom
psicólogo. Um bom dia de trabalho para um funcionário competente é
aquele que não traz surpresas. O relógio volta a ditar as suas leis,
quase ininterruptamente, porque tudo tem uma hora certa, mesmo o
intervalo para a refeição, cronometrado quase ao segundo. Quase se deixa
apanhar desprevenido pelo tempo para o lazer, maioritariamente
partilhado pela família, que o obriga a fazer concessões a um descanso
merecido mas constantemente adiado pela azáfama do lar. Quase sente
saudades do trabalho. Ouve o telejornal, que, conjuntamente com aquilo
que ouviu de amigos e colegas no trabalho, desconhecidos na rua e o
relatório sobre as novidades da vizinhança, diariamente transmitidas
pela esposa, vão formar a sua opinião, acostumado que está a tomar como
verdade inquestionável tudo o que lhe dizem, tudo o que ouve. Pensar
exige muito trabalho e tempo que não possui. Tem consciência dos poucos
minutos que dedicou aos filhos, mas não quis incomodá-los enquanto
gastavam largas horas do seu tempo lúdico em frente ao computador e à
playstation, com os seus inúmeros amigos mais ou menos virtuais. Vai-se
deitar pelas 23h00, sozinho, depois de um beijo rápido à esposa, que
"agarrada" à televisão mal deu por ele. Durante a semana as telenovelas
acabam mais tarde, pelo que a necessidade de descanso obriga a que só
possa fazer sexo aos feriados e fins de semana, quando está de folga no
dia seguinte ou uma rapidinha quando não está e nem dói a cabeça à
Maria.</div>
<div style="text-align: center;">
Há pessoas assim, fechadas
no seu mundo perfeito, avessas ao pensamento próprio, às mudanças, às
surpresas e aos sonhos, que provavelmente trariam desilusões. Quem não
sonha dificilmente sofrerá, por não ter expectativas. Poderiam descrever
os seus dias numa tabela, como num horário escolar em que cada
disciplina obedece a um horário próprio; Pessoas para quem a vida é um
jogo com princípio, meio e fim, onde depois de transpostos alguns níveis
mais ou menos exigentes (infância, escolaridade, namoro, serviço
militar, profissão, casamento, filhos), se protegem na saída fácil da
rotina diária e sem surpresas, onde os maiores picos de excitação são as
"discussões" sobre os resultados da bola, as peripécias das telenovelas
ou o dia a dia de uma vizinhança com mil defeitos. Há pessoas assim,
adormecidas em vida, daquelas que não fazem acontecer, adaptam-se
simplesmente, deixam-se levar pela maré, um exército imenso de "yes
man", pouco mais que máquinas, num mundo cada vez mais globalizado, a
matar o génio, o livre-pensamento e a individualidade.</div>
Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-62130556171017629692013-02-21T12:49:00.002+00:002013-02-21T12:49:37.182+00:00PEDRAS NO CAMINHO<div style="text-align: center;">
O caminho parece fazer-se de muitas pedras, muitos obstáculos, de tal ordem que o castelo que vou erguendo e a que chamo de vida se vai compondo, com os alicerces bem fortes, sólidos. Não é qualquer tempestade que o derruba. Nem que chovam pedras. Um dia ainda vou encará-los de frente, a esses que gostam de atirar as pedras e que se escondem sob as máscaras das leis e das percentagens, dos regulamentos e que de sentimentos nada sabem, não conhecem. A esses vou mostrar o meu castelo, o muito que se pode fazer com pouco e talvez comece a cantar também o Grândola Vila Morena.</div>
Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-70362378729709881932012-11-07T14:17:00.004+00:002012-11-07T14:17:44.600+00:00OCASIONALMENTE<h3 class="post-title entry-title">
</h3>
<div class="post-header">
</div>
<div class="post-body entry-content">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4ogx4UBkZzTcZH4BVex2nQvjN1USPDyZIbGYFovUniMmXfSg1Wzt_6TihqNX9YEwyvsGTpWSBij7XT87bPq8eWlP8lac9bVgn2xU_Xl15TBpbmlqyMV508OaxLQaN5ipkmK67wg/s1600/vida.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4ogx4UBkZzTcZH4BVex2nQvjN1USPDyZIbGYFovUniMmXfSg1Wzt_6TihqNX9YEwyvsGTpWSBij7XT87bPq8eWlP8lac9bVgn2xU_Xl15TBpbmlqyMV508OaxLQaN5ipkmK67wg/s200/vida.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Ocasionalmente... rimos,</div>
<div style="text-align: center;">
temos prazer quando sóbrios, fazemos sentido,</div>
<div style="text-align: center;">
somos criativos, construímos,</div>
<div style="text-align: center;">
sonhamos mas também agimos.</div>
<div style="text-align: center;">
Ocasionalmente fazemos dieta, ginástica,</div>
<div style="text-align: center;">
aprendemos, celebramos,</div>
<div style="text-align: center;">
temos dias, datas marcadas, damos,</div>
<div style="text-align: center;">
somos quem realmente somos,</div>
<div style="text-align: center;">
quem queremos ser.</div>
<div style="text-align: center;">
Ocasionalmente damos beijos, abraços, carícias,</div>
<div style="text-align: center;">
dizemos "amo-te", "obrigado" e "desculpa",</div>
<div style="text-align: center;">
gostamos da imagem reflectida no espelho,</div>
<div style="text-align: center;">
Ocasionalmente somos pais, filhos,</div>
<div style="text-align: center;">
casais e amantes, irmãos,</div>
<div style="text-align: center;">
gente que sente, humanos.</div>
<div style="text-align: center;">
Ocasionalmente fazemos amor,</div>
<div style="text-align: center;">
não apenas sexo, pensamos, agimos,</div>
<div style="text-align: center;">
procuramos o certo,</div>
<div style="text-align: center;">
somos solidários, partilhamos.</div>
<div style="text-align: center;">
Ocasionalmente, mais do que respirar, vivemos.</div>
<div style="text-align: center;">
Ocasionalmente... nem sempre.</div>
</div>
Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-40461029903689473202012-10-07T21:56:00.001+01:002012-10-07T21:56:34.260+01:00VIRADOS DO AVESSO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCxA2l0dwiffIpSOWkdj7QKFr5uOeeT9iGaeZMyL9o-jkNAqwM53mkZcYqWZJDDlTjIt6QlfAaZk395QVzC0KwIlWtW4K2GVuL46sewOWjHwx4ZR6Gjp_WYR8bllcKmPzfJF_lSQ/s1600/bandeira-hasteada-contrario-051012170075e2_400x225.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCxA2l0dwiffIpSOWkdj7QKFr5uOeeT9iGaeZMyL9o-jkNAqwM53mkZcYqWZJDDlTjIt6QlfAaZk395QVzC0KwIlWtW4K2GVuL46sewOWjHwx4ZR6Gjp_WYR8bllcKmPzfJF_lSQ/s400/bandeira-hasteada-contrario-051012170075e2_400x225.jpg" width="400" /></a></div>
Realmente, não sei como ainda me surpreendo com o estado a que chegaram as coisas não só em Portugal, como na Europa e não só, ao nível da política, do estado social, como ainda das mentalidades. Está tudo virado do avesso, à imagem da bandeira que tanto nos diz, hasteada negligentemente por duas pessoas com tão altas altas responsabilidades e que não tão poucas vezes primam por meter os pés pelas mãos. Mas não é apenas o mau presságio e a pulga atrás da orelha que fica de cada discurso de Passos Coelho, ou o efeito xanax dos monólogos de Vitor Gaspar, de consequências tão terríveis e funestas como o atentado de hiroshima, que me trazem hoje preocupado como ainda revoltado. Grandes poderes trazem sempre grandes responsabilidades, mas infelizmente, aqueles que têm o poder e a disponibilidade dos meios de comunicação pecam na maioria dos casos por não servirem de exemplo a ninguém, deixando no ar a ideia de que o barco em que o nosso futuro navega anda à deriva, no completo desnorte daqueles que mandam por mandar, cegos a alternativas que não sejam as suas ideias egocêntricas e quase sempre infrutíferas como tiros de pólvora seca. Tiros no pé, foram dados aqui tão perto de nós, por um conselheiro do governo espanhol, de 71 anos, que disse apenas esta pérola de sabedoria: "As mulheres são como as leis, foram feitas para serem violadas". Meu caro José Manuel Castelao Bragaño, permita-me, num dos poucos direitos adquiridos que ainda não nos foram espoliados, o da liberdade de expressão, afirmar que o senhor é um ignorante, e que o facto de ter apresentado demissão pouco depois destas afirmações de nada lhe vale nem limpa a nódoa da verborreia de que foi acometido em tão infeliz momento. Meu caro senhor, em 2012, nos antípodas da idade da pedra e dos instintos mais básicos, as pessoas regem-se por regras, usam as palavras como armas e cospem nas violações, de leis, mas principalmente de mulheres. Por onde andou enquanto o mundo evoluía?<br />
<br />Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-7140746530706244462012-09-05T21:04:00.002+01:002012-09-05T21:04:40.781+01:00MORRER POR AMOR?<h3 class="post-title entry-title">
</h3>
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</div>
<div class="post-body entry-content">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBjfCVvAUgSKrH6PYZacpK4VQFfO7MThkPyCaR3UJccb2e2k8A3NVWu9qOJGWHjBJxnEPDKE-C_Bbqiqlay3Uo2ydoX-ZOtpb3FiU20pUVly_7iuvWsW2YPc2OW3gkOqwSTaORgA/s1600/M0020052_millionaire_love_main_11%5BW600-%5D.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5468307341196197186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBjfCVvAUgSKrH6PYZacpK4VQFfO7MThkPyCaR3UJccb2e2k8A3NVWu9qOJGWHjBJxnEPDKE-C_Bbqiqlay3Uo2ydoX-ZOtpb3FiU20pUVly_7iuvWsW2YPc2OW3gkOqwSTaORgA/s320/M0020052_millionaire_love_main_11%5BW600-%5D.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 184px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 200px;" /></a><br /><div style="text-align: center;">
MORRER POR AMOR?<br /><br /><br />"A
Millionaire's First Love" é o título de um drama sul-coreano, daqueles
que deixam os nossos olhos marejados de lágrimas rebeldes, por mais
insensíveis que queiramos parecer. É a típica história do rapaz rico e
da rapariga pobre, que a princípio parecem não encaixar mas que acabam
inevitavelmente por se apaixonarem. Como é previsível neste tipo de
filmes, o final feliz encalha sempre num "mas", cujo fundamento costuma
ser o de fazer o filme render durante hora e meia a duas horas.
Geralmente esse "mas" é um terceiro elemento, o terceiro vértice de um
triângulo amoroso. Não nesta história. Quando tudo parecia ter tudo para
dar certo, descobrimos que a rapariga doce e frágil sofre de uma doença
incurável e que as emoções fortes, como amar, podem apressar o seu
trágico destino. É aqui que eu quero chegar, apesar do filme valer por
muito mais do que apenas isto. Quanto vale a vida? Quanto vale um grande
amor? Deveria o rapaz apostar tudo no sentimento que, unindo-os, iria
acabar irremediavelmente por separá-los precocemente? Com que direito?
Deverá o amor ser tão egoísta, ao ponto de se sobrepor à própria vida? E
de que vale a vida se tivermos de abdicar dos sentimentos? Na ficção
como na realidade, são muitos os casos de quem sacrifica a sua vida por
amor, de quem abdica da sua felicidade em troca da felicidade da pessoa
amada, mas será essa extrema demonstração de altruísmo ainda válida nos
dias de hoje? Morrer por amor, como se não houvesse nada mais importante
na vida. E matar? Será sensato ou sequer legítimo - e já não falo das
mortes por ciúmes ou apenas baseadas em leves suspeitas - amar, mas amar
de tal forma intensa, mesmo sabendo que, como no caso do filme, esse
amor irá abreviar a vida de quem amamos mais do que a nós mesmos? Quanto
vale a vida? Quanto vale o amor? Ficar ou partir, matar ou morrer (por
não poder amar). Muito mais conhecido do que este filme é "A Walk To
Remeber", baseado no romance de Nicholas Sparks, onde a filha do pastor
de uma pequena cidade ajuda o protagonista a ensaiar para uma peça, na
condição de que ele não se apaixone por ela, que sofre de leucemia e
que, acaba numa corrida contra o tempo, de modo a conseguir concretizar
todos os sonhos dela antes de morrer. Será amar então mais importante do
que - não diria viver, mas antes sobreviver? Francisco Moita Flores
disse o seguinte: "...a morte é a ausência do beijo, do abraço, do
toque, do cheiro de uma pessoa...".<br /><br /><br /><div style="text-align: center;">
E eu assino por baixo. De que vale uma vida longa se o amor nos for negado?</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
(retirado de um texto meu em A Voz das Palavras) </div>
</div>
</div>
Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-64507369549933833012012-04-24T18:56:00.002+01:002012-04-24T18:57:10.579+01:00ONTEM, HOJE E AMANHÃ<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHHYUGsjcersvcmyHJGDy3PdgUJtelqL1Ho5JT2Cx7avzl7c52KlA3vTJNiz2z2fKh1L4yM3s3n20z9wKjcwlLfxSrP4yWfqf0fUh_D01ryPjvBYGWpGgO6WhhixIjylWT0UpHHg/s1600/mi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHHYUGsjcersvcmyHJGDy3PdgUJtelqL1Ho5JT2Cx7avzl7c52KlA3vTJNiz2z2fKh1L4yM3s3n20z9wKjcwlLfxSrP4yWfqf0fUh_D01ryPjvBYGWpGgO6WhhixIjylWT0UpHHg/s200/mi.jpg" width="200" /></a></div>
"Ontem eras a menina mais alegre e mais bonita que eu já conheci"<br />
<br />
Nasci antes do 25 de Abril de 1974, não muito. Não tanto que me possa recordar de quaisquer factos que se tenham passado naqueles dias tão importantes para a nossa história, que me permitam dizer com maior ou menor exactidão onde estava eu no 25 de Abril de 1974. O que sei, aprendi nos livros da escola e naquilo que fui perguntando aos meus pais e a conhecidos que viveram de perto esses dias. Quis saber o que sentiram, da importância, da razão das lágrimas nos olhos, da alegria e da tristeza, da luta sem sangue derramado por um futuro que me parece sempre adiado, cada vez mais escondido numa gaveta esquecida lá no Palácio de São Bento, tão presente nas minhas memórias, não pouco o tempo que passei numa casa dum prédio situado mesmo em frente, com uma vista privilegiada, que fomentava os meus sonhos do menino que fui... ontem. Do pouco que sei e do muito que ouvi, sei da cor viva de um País renascido, dos ideais de esperança de um povo até aí como o fado, cinzento e triste. A Revolução, os cravos, os militares que resgataram a crença em amanhãs melhores, são tudo imagens que fazem parte das minhas memórias. Foi bonita a festa, pá! Da opressão e da censura, da pide e do homem que governava sozinho até à tão ansiada liberdade foi um passo bem maior que o dado por Neil Armstrong em solo lunar, mas não menores em importância. Os militares libertaram um país descrente, os políticos tomaram o poder e criaram a democracia, a liberdade de expressão, deram-nos direitos e um motivo para sonhar. Ontem, o país tinha finalmente uma face alegre e bonita, resplandecente. Depois, não muito, entre os vivas à democracia e os feitos dos heróis recentes, já se ouviam alguns queixumes - não se confunda com nostalgia, mas queixumes - de que o país das maravilhas de Alice não era assim tão maravilhoso, nem o futuro uma estrada radiosa, sem sobressaltos. Quais velhos do Restelo, sussurravam já não entredentes como no antigo regime: "antigamente... antigamente havia trabalho para quem queria trabalhar, o pouco que se ganhava dava para comprar mais do que se compra hoje, havia agricultura e pesca, e até a comida tinha outro sabor. O Benfica e o Sporting ganhavam mais campeonatos." O país que era governado por um ditador estava agora dividido nas teias do poder político, entre a direita e a esquerda, norte e sul, poder e oposição, numa guerra onde o povo - pelo qual se fez a revolução - estava sempre ou quase sempre à margem, excepto nas campanhas eleitorais, nas promessas já tão gastas de tão repetidas, enquanto as nossas riquezas e recursos eram delapidados. Amanhã comemora-se uma vez mais uma festa que devia ser de todos, mas especialmente do povo, a consagração de tantas conquistas que nesse dia e nos seguintes se fizeram, mas o presente já não é tão colorido como ontem e o futuro é sombrio, carregado de medos e incertezas. Onde páram os ideais de 74, agora que até as suas figuras proeminentes se afastam das comemorações oficiais? Haverá ainda algum Salgueiro Maia, algum D.Sebastião renascido das brumas que nos devolva a esperança e tudo aquilo por que lutámos e um dia conquistámos? Onde pára a esperança de um amanhã melhor, um futuro para nós e para os nossos filhos?Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-24187829861342335992011-06-06T09:49:00.000+01:002011-06-06T09:49:56.509+01:00MUDANÇA<div style="text-align: center;">Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,<br />
Muda-se o ser, muda-se a confiança;<br />
Todo o mundo é composto de mudança,<br />
Tomando sempre novas qualidades.<br />
<br />
Continuamente vemos novidades,<br />
Diferentes em tudo da esperança;<br />
Do mal ficam as mágoas na lembrança,<br />
E do bem, se algum houve, as saudades.<br />
<br />
O tempo cobre o chão de verde manto,<br />
Que já coberto foi de neve fria,<br />
E em mim converte em choro o doce canto.<br />
<br />
E, afora este mudar-se cada dia,<br />
Outra mudança faz de mor espanto:</div><div style="text-align: center;"> Que não se muda já como soía.</div><div style="text-align: center;"> </div><div style="text-align: center;"> </div><div style="text-align: center;">Mudança... de hábitos, de vontades, de ideias e de gente, imprevistas ou calculadas, mais ou menos radicais, irrefletidas ou mais ponderadas e conscientes, a nossa vida segue ao ritmo das mudanças. A insatisfação inerente ao Ser humano, a sua ambição, o fazer face às próprias necessidades ou simplesmente confortos induziram desde os primórdios dos tempos a uma mudança tão benéfica como tantas vezes perigosa. Recordemos que a pólvora não foi inventada para fins bélicos, por exemplo.</div><div style="text-align: center;">Muitas coisas mudaram desde a última vez que aqui vim. Ganhos e perdas, foi, é, será sempre assim e cabe a nós saber conviver com o resultado das nossas acções, das nossas escolhas. Acredito que fiz o melhor, o que nem sempre sucede, apesar das intenções serem sempre as melhores. De boas intenções - soi dizer-se - está o inferno cheio. Os dias parecem agora correr de forma mais célere embora mais preenchidos, plenos de vida, duma felicidade até agora desconhecida, própria das coisas seguras, de certezas e planos que são agora mais que sonhos, realidades.</div><div style="text-align: center;">Ontem, o País - ou uma parte não muito significativa que apesar da descrença nos políticos e na crise insiste em ter fé numa eventual mudança - foi às urnas num dia mais convidativo para um passeio à praia, a fim de escolher um novo Primeiro-Ministro, e, ao contrário dos últimos actos eleitorais, a mudança foi inequivocamente a vontade da maioria. Do acerto da escolha só o futuro o dirá, na certeza absoluta de que tempos difíceis se aproximam, de um esforço que a todos, sem excepções, deveria ser exigido e que sabemos de antemão não ser bem assim. A tradição, em muitos casos, ainda é o que era, e há coisas que não mudam nunca, apesar da vontade e das boas intenções das pessoas.</div><div style="text-align: center;"><br />
</div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-42073377568991577752011-04-01T12:50:00.000+01:002011-04-01T12:50:20.581+01:00FRASE DO DIA<div style="text-align: center;">"Só vive quem não foge de morrer"</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: right;">Irvin Yalom, psicoterapeuta e escritor</div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-58070306767717433302011-03-25T22:21:00.000+00:002011-03-25T22:21:39.559+00:00SOLIDÃO<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5XsLP3CfMepPrUxVVs9musXZusxHb9Zebd0xHdezrIwJ_Ehk9ExFjlx8a0wI1dIDknhgtXo9gDvmW5uH2akrsMdfg-RuAFJbPwHqjq55mrXFU_fhsAbYLbTeHSJ7V_mDAdiafRg/s1600/Para-todos-aqueles-que-sentem-a-ausencia-de-alguem-que-por-motivo-ou-outro-se-foi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5XsLP3CfMepPrUxVVs9musXZusxHb9Zebd0xHdezrIwJ_Ehk9ExFjlx8a0wI1dIDknhgtXo9gDvmW5uH2akrsMdfg-RuAFJbPwHqjq55mrXFU_fhsAbYLbTeHSJ7V_mDAdiafRg/s320/Para-todos-aqueles-que-sentem-a-ausencia-de-alguem-que-por-motivo-ou-outro-se-foi.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A solidão não é mais que um abraço desfeito pela ausência</td></tr>
</tbody></table>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-84751165847246510892011-03-25T21:03:00.000+00:002011-03-25T21:03:50.289+00:00COMPETIÇÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqCqnj_cQrfPKQQYKfJp-X_NGZspxwsaPIP6qmLJY1aT2mQb12s-M_mKgEjIdrm8bcIu-84JOKOx1wyAsiBLlIifbnz1VoWGuptipIuRc3LCsY9sv2LtCOfg6asYMz7_oDGwoKIg/s1600/Coelho_Alice%255B1%255D.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="145" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqCqnj_cQrfPKQQYKfJp-X_NGZspxwsaPIP6qmLJY1aT2mQb12s-M_mKgEjIdrm8bcIu-84JOKOx1wyAsiBLlIifbnz1VoWGuptipIuRc3LCsY9sv2LtCOfg6asYMz7_oDGwoKIg/s200/Coelho_Alice%255B1%255D.png" width="200" /></a></div><div style="text-align: center;">Perdemos o tempo, escravos das horas que correm, entre os verdes e os vermelhos dessa vida que nos diz para onde ir ou não, como um anúncio de tv que nos veste, nos lava e penteia o cabelo e dita os nossos gostos e opiniões. Perdemos o nosso tempo trocando o certo pelo incerto, os pormenores pela pressa e o canto dos pássaros pelas buzinadelas dum trânsito caótico. Da mesma forma que antes trocávamos cromos trocamos agora afecto... por minutos que nunca chegam a tempo. Não sabemos onde nem quando parar. O que ganhámos? Nada, somamos desaires, família, felicidade, deixados para trás em qualquer berma dessa longa estrada, mas não deixamos de correr, mesmo sem saber para onde vamos, só para não sermos ultrapassados.</div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-30140248480177730992011-02-20T12:18:00.002+00:002011-02-20T12:18:48.181+00:00UM DIA..."...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. <br />
<div class="fr0"> Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... <br />
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ... <br />
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... <br />
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... <br />
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...<br />
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom... <br />
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você... <br />
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." <br />
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso... <br />
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... <br />
Enfim... <br />
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos <br />
todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito... <br />
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas <br />
as nossas loucuras...<br />
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."</div><div class="fr0"><br />
</div><div class="fr0" style="text-align: right;">Mário Quintana </div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-58255992180070667642011-02-17T00:09:00.000+00:002011-02-17T00:09:58.915+00:00MUITO BARULHO POR NADA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5nhyphenhyphenABKi4amJwZVmU3SY4HkUityAM7VesyiyEXbQeo1qEDWTR46401ObvaVlbPvNQqkPVxMUlQDq-uXc9pQLCRyS3LXzbCBsHvZj7N3Dax07wRr0N5sQnHV2-5rWOsqlD8rKIcQ/s1600/do_not_disturb_sign.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5nhyphenhyphenABKi4amJwZVmU3SY4HkUityAM7VesyiyEXbQeo1qEDWTR46401ObvaVlbPvNQqkPVxMUlQDq-uXc9pQLCRyS3LXzbCBsHvZj7N3Dax07wRr0N5sQnHV2-5rWOsqlD8rKIcQ/s200/do_not_disturb_sign.jpg" width="130" /></a>Muito Barulho Por Nada é o nome de uma comédia de Shakespeare, mais tarde com uma versão cinematográfica e cujo título em muito se assemelha ao estado das coisas em Portugal e às tendências comportamentais dos portugueses em geral, como de alguns políticos em particular. Passos Coelho, líder do maior partido político da oposição, voltou a não surpreender quem esteve atento a outras grandes decisões políticas que dependeram recentemente da sua capacidade de decisão e que poderiam ter afectado - positiva ou negativamente - o País e nas quais, como agora, chamou a si o protagonismo pelo arrastar da dúvida, pela agonia de uma resposta que se pretendia célere até à... abstenção, tão própria daqueles que tanto prometem e geralmente nada fazem, de quem não tem opinião formada, preferindo deixar tudo na mesma. Uma, duas, três vezes, outras tantas abstenções. Os últimos processos eleitorais já tinham passado a imagem de um país marcado não apenas pelo desânimo como também de alguma inércia, de alguma letargia, a facilidade com que nos deixamos cair no fado da inevitabilidade e do comodismo daqueles que acham que pouco ou nada podemos fazer e que é melhor aceitar os factos. Claro que já se sabia do óbvio, que PPC não iria aceitar uma moção que não tivesse sido sugerida por algum partido que não o seu, mas parece-me que lá para os lados do Partido Social Democrático continuam a faltar ideias, alternativas, prevalecendo a crítica fácil que não a construtiva. Feliz do Governo que em cenários de crise tem ainda a haver-se com oposições deste calibre!.... Afinal, para quê tanto barulho, apenas por um pouco de protagonismo mediático à imagem dos Big Brothers e das Casas dos Segredos? Parece-me triste, vulgar, mas é esse o estado da política, de Portugal e dos portugueses.Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-15546515680932483862011-02-06T23:01:00.000+00:002011-02-06T23:01:07.768+00:00PORQUE HOJE É DOMINGO!...<div style="text-align: center;">EFEITO BOOMERANG </div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">A SIC deu a notícia: Havia romenos em Almada vivendo em condições sub-humanas. Tinham vindo à procura de trabalho, eram pessoas honestas e tinham um sonho que queriam realizar: voltar para a sua terra natal. Ficam bem os sonhos em qualquer conto de fadas que se preze. A "4Ever Kids", associação humanitária, sabia da dimensão da história, desde que bem contada, não importando que se distorcesse aqui e além a verdade sobre a realidade dos factos. E se assim pensaram melhor fizeram. Quem não lidava diariamente com este grupo de pessoas - a que tento evitar chamar de romenos para não generalizar toda uma nação - acreditou na reportagem e chegou até a emocionar-se. Conseguidos os financiamentos necessários de quem se enterneceu ou simplesmente procurou algum tipo de impacto mediático, cerca de 40 pessoas tiveram direito a banho, comida e bilhetes só de ida para a terra dos sonhos, o que parecia ser o final perfeito para uma verdadeira história de grande valor humanitário. Os portugueses sempre tiveram o condão de, mesmo em tempos de crise como os agora vividos, conseguirem dar uma parte do pouco que ainda lhes resta para ajudarem quem mais necessita, seja no Continente, Madeira, Açores ou por esse mundo fora onde haja gente a passar fome e necessidade. Só que estes romenos fazem lembrar aqueles boomerangues a que achávamos tanta graça na nossa infância, que por mais longe que os arremessássemos voltavam sempre ao ponto de partida, uma e outra vez, tantas quantas fossem as nossas tentativas. Ah, pois é! Cerca de um mês volvido desde a sua partida, após terem passado junto das suas famílias o Natal e Ano Novo - a expensas do Zé Povinho -, estes "simpáticos" "trabalhadores" que por alguma razão foram expulsos de França, Espanha, etc, estão de regresso - algumas caras novas entre uma maioria já conhecida -, tão civilizados, honestos e higiénicos como sempre, cada vez mais refinados na arte do engano, de uma descarada falta de respeito pelas regras e instituições, por um povo maioritariamente bom, mas por vezes tão ingénuo. </div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-83168868609373225562010-11-06T22:04:00.000+00:002010-11-06T22:04:06.547+00:00O PRIMEIRO BEIJO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGsSxHmesiofQEWOxBTRvH0exFGjaRTheWaA8Fbmv2Mj7mP1oCUL12F1aVP6IE6QZGxBdfcE1ZXxT3RJ9dDVx80fPd6qAnt9TIPwDaWRsyF6sHDU-BMFvykLV38tHbvVaxliPUfA/s1600/beijo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGsSxHmesiofQEWOxBTRvH0exFGjaRTheWaA8Fbmv2Mj7mP1oCUL12F1aVP6IE6QZGxBdfcE1ZXxT3RJ9dDVx80fPd6qAnt9TIPwDaWRsyF6sHDU-BMFvykLV38tHbvVaxliPUfA/s200/beijo.jpg" width="133" /></a></div><div style="text-align: center;">Beijos. De entre todas as coisas que podemos fazer com a boca, de entre tudo o que podemos e desejamos fazer na vida, poucas coisas se comparam a um bom beijo, de preferência muitos e variados, do leve roçar de lábios ao tão popular beijo francês, curto ou mais prolongado, daqueles de tirar a respiração, quem não sonha com o seu primeiro beijo? Existem outras formas de demonstrar afecto, o toque das mãos, aquele olhar de quem não vê mais nada além da pessoa amada, mas é a expectativa do primeiro beijo - a par da famosa primeira vez - o motivo dos nossos primeiros suores frios, de todas aquelas ideias e das imagens que construímos na cabeça e que não raramente caem por terra na hora H. Não importam os planos, mas a experiência, a continuação. Por muito que nos recordemos do primeiro beijo, dificilmente ele será melhor do que o segundo e o terceiro, tese esta que serve também como boa desculpa, se depois deste desajeitado choque de lábios o seu parceiro ou parceira não se mostrarem muito entusiasmados. Convençam-no (a) que a próxima vez será bem melhor. Não obstante, é a memória do primeiro e não do último que me acode ao pensamento - mais pela ternura do que pela perfomance. Ah, esse eterno e curioso sabor tantas vezes agrídoce das primeiras vezes!..., tão contrário à pressa, inimiga da perfeição, daqueles que querem engolir o mundo numa só golfada e que por isso - embora adquirindo rápida e vasta experiência - raramente lhe tomam o sabor que só o conhecedor e o paciente adquirem. Poucos ousam por estes dias em que nos achamos cada vez mais conhecedores da vida e das pessoas, psicanalistas de bolso, datar essas estreias - beijo ou sexo - para depois dos 18/20 anos, havendo mesmo uma espécie de orgulho masculino, uma competição para ver quem perdeu a virgindade mais cedo, da forma e nos locais mais inconcebíveis. Beijar, amar, não têm de ser uma corrida contra o tempo, um prazer tão somente intenso e instantâneo, mas uma partilha de emoções, sentidos e descobertas que vão prolongar e tornar cada momento memorável para além do momento do próprio beijo. </div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-443063730787370022010-10-29T21:01:00.000+01:002010-10-29T21:01:26.188+01:00PARA FINALIZAR... SOBRE COMEÇOS E TUDO O QUE HÁ PELO MEIO<div style="text-align: center;"> (uma adenda ao post anterior)</div><br />
<div style="text-align: center;">O que cada começo tem de pior/melhor não é o estar-lhe quase sempre inerente a obrigatoriedade de um fim, mas que, até o aingir existe um percurso mais ou menos longo de descobertas e marcos/datas, experiências, aromas cujo sabor agridoce fazem reabrir profundas e inevitáveis feridas. Quisesse esquecê-las e tudo seria mais fácil, bastaria tão simplesmente trocar os nomes às coisas, amor por paixão, emoção por razão. Mas assim não teria memórias e um homem sem memórias ou sonhos é um homem nu, despido de fé, um saco vazio ao sabor do vento, sem vontade própria nem vida a que possa chamar sua. Assim, por opção ou casmurrice, contra a lógica do bom senso e os conselhos de quem sempre se preocupa, segue desafiando a estatística das probabilidades, dando ouvidos a quem não vê e raramente pensa: o coração.</div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-77778974955394618542010-10-29T18:06:00.001+01:002010-10-29T18:07:11.355+01:00MEMÓRIAS DE UM OUTRO OUTUBRO<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdUrDwo7W0JIsRGhy-jC7UeaA8Y1cNkC3NpZ0PPxo2hgoC8rRkq6biLBqfdFfKtpIQGYHRd-0eLaZBu7RG_xkjdiS8pql3GInAQkr3qWo7h57eBwyCFN0W7HfoPO1Ilrxy6owlmQ/s1600/cora_ao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdUrDwo7W0JIsRGhy-jC7UeaA8Y1cNkC3NpZ0PPxo2hgoC8rRkq6biLBqfdFfKtpIQGYHRd-0eLaZBu7RG_xkjdiS8pql3GInAQkr3qWo7h57eBwyCFN0W7HfoPO1Ilrxy6owlmQ/s200/cora_ao.jpg" width="200" /></a></div>Pode um amor sobreviver depois de começar com uma mentira? E se a mentira até tiver sido inocente, daquelas que não fazem mal a ninguém? Naquela tarde, três anos antes, a tarde estava bem melhor do que esta manhã em que a chuva caiu impiedosamente. Ele tinha acabado de cortar o cabelo, bem curto, apesar do tempo já fresco, e caminhava a passos largos - a única forma que ele sabia andar - para casa, quando o telemóvel tocou e lhe disseram que alguém tinha perguntado por ele. Sorriu, iluminando-se por dentro. As expectativas criadas no último par de dias pareciam ir concretizar-se, apenas não sabendo o seu alcance. Ligou-lhe de volta. </div>- Já tenho aquilo para lhe entregar. - disse ela - Entrego amanhã à sua mãe?<br />
Hesitou, sabendo que assim não teria hipóteses de vê-la, devido ao horário de trabalho. Não podia deixar para amanhã. A vida nunca deve ser deixada para depois.<br />
- Podiamos encontrarmo-nos agora, para um café. - alvitrou - Eu ía agora beber um (mentira) e estou perto aí de casa (segunda mentira). Se quiseres...<br />
Pouco depois encontravam-se pela primeira vez sozinhos, surpreendentemente familiares, inesperadamente - nele - faladores, parecendo quererem saber tudo um do outro no mínimo espaço de tempo. Tanto que, durante os dias seguintes não deixaram de se encontrar e bastou um par de dias para passarem da amizade àquele patamar mais elevado, que a urgência das suas afinidades e sentimentos deixava claramente perceber. Quantos dias são precisos para nos apaixonarmos? Três anos se passaram, numa relação intensa e marcada por altos e baixos que se arrastavam por vezes durante largos meses, fruto de duas personalidades difíceis, de uma teimosia estúpida que deixou que tanto tempo se lhes escapasse das mãos e dos anos. Depois bastava uma mensagem, nem sempre, mas quase sempre dele e tudo voltava ao normal, porque no fundo - parecia - tinham sido feitos um para o outro. Acreditamos em tudo quando estamos apaixonados, não enxergando muitas vezes aquilo que está bem diante do nosso nariz. Diz ele que no dia em que deixar de acreditar em tudo o que viveu - e foram os melhores três anos da sua vida -, em tudo o que foi dito, em finais felizes, a vida não terá mais sentido, porque sem sonhos, o horizonte é negro e sombrio como a manhã que hoje o despertou, três anos volvidos. Pode um amor morrer sem uma razão específica e válida deixando atrás de si apenas uma amizade ténue? Podem duas pessoas , depois de muitas promessas e planos, nas vésperas de uma vida em comum descobrirem pura e simplesmente que estavam enganadas o tempo todo? Pode o amor ser tão inconsequente e frágil, soçobrar às primeiras rajadas fortes de um Outubro agreste?Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-88015060366268520072010-10-18T15:13:00.000+01:002010-10-18T15:13:56.955+01:00HEAR ME<div style="text-align: center;">Hear Me é um belíssimo exemplo do bom cinema que se continua a fazer na Ásia, não apenas na Coreia do Sul, China ou Japão, mas também em Taiwan - Spider Lilies, Three Times...-, de onde é originário este filme de 2009, que conta a história de Yang Yang (Ivy Chen) e Tian Kuo (Eddie Peng), dois jovens para quem os problemas de comunicação parecem pôr em causa a felicidade dos dois e os sentimentos entre eles. Quase silêncioso, o filme vive muito da linguagem gestual entre a maioria dos personagens - com as legendas a serem um auxílio precioso ao espectador -, da integração dos deficientes auditivos numa sociedade cada vez mais apressada e cheia de ruídos e, principalmente, da dificuldade que as pessoas têm - com deficiência auditiva mas não só - de se fazerem ouvir, mas também escutar e compreenderem, vozes, gestos, o coração. É ao coração que nos toca sobremaneira este filme delicado e terno, intenso, incapaz de nos deixar indiferentes.</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh70_sKjOUZ9Xt9cDqDXCOvGcrDw4VkLEvhWV9wmEs3_MSokDSGerzZ1531jrsYfm9JlWQ6fFo5M0HaQ1A7NLjCETpWV_VPX355Lq3AbVU9A6cxWzSd7U5JZXO8iaAXxenoZ46MIw/s320/hear_me_04.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">duas irmãs vivendo os sonhos uma da outra</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh70_sKjOUZ9Xt9cDqDXCOvGcrDw4VkLEvhWV9wmEs3_MSokDSGerzZ1531jrsYfm9JlWQ6fFo5M0HaQ1A7NLjCETpWV_VPX355Lq3AbVU9A6cxWzSd7U5JZXO8iaAXxenoZ46MIw/s1600/hear_me_04.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH5xyLdTXTbzTTKwt95hZw6Uq8qEczmRF3xa25TTmOwF_YFlCVS9_m3L6iw0LuH8HQs31wqcO1UG4qzpYcHEzzMBAWVSqHsnzOUu0xQOLAiBjC_tEEirCb0MRxvPt1m8RTm3Sc2g/s320/hear_me_03.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">a dificuldade de comunicar sempre presente</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH5xyLdTXTbzTTKwt95hZw6Uq8qEczmRF3xa25TTmOwF_YFlCVS9_m3L6iw0LuH8HQs31wqcO1UG4qzpYcHEzzMBAWVSqHsnzOUu0xQOLAiBjC_tEEirCb0MRxvPt1m8RTm3Sc2g/s1600/hear_me_03.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIi4fdjjpoEla8q8JIt5e_E5xNKr-HCFkNJQjZAugQMHC77kmofSB6116FCRQWQ4DLMul09FXd4LvEUgkRL-hJXIzFXQOCg-QwIycEl9EdK45Hoph6OVZHpG29K4ddHBEll6Cfiw/s1600/Hear+Me+1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">pode um amor sobreviver de silêncios?</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIi4fdjjpoEla8q8JIt5e_E5xNKr-HCFkNJQjZAugQMHC77kmofSB6116FCRQWQ4DLMul09FXd4LvEUgkRL-hJXIzFXQOCg-QwIycEl9EdK45Hoph6OVZHpG29K4ddHBEll6Cfiw/s1600/Hear+Me+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>.Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-45928506484232553122010-10-17T22:24:00.000+01:002010-10-17T22:24:25.496+01:00UM BON VIVANT!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: center;"> Big Mal, como era carinhosamente tratado, Malcolm Allison, antigo treinador do Sporting, faleceu nesta última semana. E a notícia - aqui - até poderia ficar por estas duas linhas ou mesmo nem tanto. Mas a consciência não o permitiria, por vários motivos, desde logo ter sido o primeiro treinador de futebol a chamar-me a atenção pelo seu estilo peculiar, bonacheirão, amante das coisas boas da vida, de noitadas, mulheres e champanhe (que dizia beber uma garrafa por dia), a antítese do desportista, do treinador de futebol, do profissional que era, assim que o treino começava, por mais longa que tivesse sido a noite. E era isso que exigia aos seus jogadores, a partir da hora em que tinham de se apresentar no estádio: profissionalismo e entrega. Talvez por isso a sua fama, a sua marca de bon vivant tivesse ficado mais vincada na memória dos que o conheceram do que propriamente pelos títulos conquistados pelas suas equipas (1 liga inglesa, 1 supertaça, 1 taça de Inglaterra e 1 taça da liga, 1 campeonato e 1 taça de Portugal pelo Sporting na distante época de 81-82). Após a conquista do campeonato e taça pelos leões de Alvalade, foi despedido na temporada seguinte, depois de um estágio de pré-temporada na Bulgária em que terão havido mulheres nos quartos dos jogadores, grandes noitadas e muita bebida, com o treinador a dar o exemplo. Dentro das quatro linhas do relvado, todavia, a equipa do célebre tridente atacante (Manuel Fernandes, Oliveira, Jordão) fazia questão de jogar e de encantar, sendo ainda hoje - para mim - a melhor equipa do Sporting que vi jogar nestes últimos 30 anos, seguidos de perto pela equipa de Bobby Robson (de Cherbakov, Paulo Sousa, João Pinto, Balakov...) ou de Octávio Machado e a léguas daquela que foi recentemente campeã. Aos 83 anos, o homem que surpreendeu um dia muita gente ao colocar um quase desconhecido Mário Jorge na equipa inícial frente ao FC Porto (no lugar do consagrado Jordão, num jogo que viria a vencer por 1 a 0, golo de Mário Jorge), não resistiu à morte, mas o que viveu fê-lo, seguramente de forma intensa, sempre no seu jeito extrovertido, um exemplo para tanta gente, treinadores inclusive, uma prova de que a vida e o futebol não têm de ser uma guerra cheia de inimigos de um lado e do outro lado da barricada, um tratado imenso de regras e normas que temos de seguir se quisermos sobreviver. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVT5QJgApy_uUcJWJMhq_jkKVh3e5_ydFSU4qGEEI-2LOz4juvjF1Oyhu0y0mw5HbOxg16Sc927uiNVunfnURpoqXsBLnftVasA6hnohDLMmunzG8e59N_5TXr1_VyiFPfM7k_Gg/s1600/malcolm_allison.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVT5QJgApy_uUcJWJMhq_jkKVh3e5_ydFSU4qGEEI-2LOz4juvjF1Oyhu0y0mw5HbOxg16Sc927uiNVunfnURpoqXsBLnftVasA6hnohDLMmunzG8e59N_5TXr1_VyiFPfM7k_Gg/s320/malcolm_allison.jpg" width="320" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2DvnFwwHiynZvWH1LuNVa1dY3uASAg8DRYCE2crTtqkVorI266w8nJPHXMsNV8616O-KkAaLBMh0_9nVUwnmuYXrGs6WD8pUgYKXrk6S-g7obXdZT-MrljybRyWKAgDBVoJrqwg/s1600/article-1320803-00C26A5200000190-790_468x405.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2DvnFwwHiynZvWH1LuNVa1dY3uASAg8DRYCE2crTtqkVorI266w8nJPHXMsNV8616O-KkAaLBMh0_9nVUwnmuYXrGs6WD8pUgYKXrk6S-g7obXdZT-MrljybRyWKAgDBVoJrqwg/s320/article-1320803-00C26A5200000190-790_468x405.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihaxCHb3RBCipxXwkTCt7TcjCHNsMPtYAXlp6gx75kIMIGylg3INBXmPMBo25Czta3dosyYFenq-ZVLJkh-7mHGBjlIh4w278Lmqu-obGHpvRI1_M_2cWZGdGv_HDARRQAdGa0Hg/s1600/Sporting+1981-1982.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="203" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihaxCHb3RBCipxXwkTCt7TcjCHNsMPtYAXlp6gx75kIMIGylg3INBXmPMBo25Czta3dosyYFenq-ZVLJkh-7mHGBjlIh4w278Lmqu-obGHpvRI1_M_2cWZGdGv_HDARRQAdGa0Hg/s320/Sporting+1981-1982.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbpxL34ifbeJX49MJC5W2IMamNjSzupmTg7p1GKYmlha46tfJomovtt2GnK6CVPjcHRiuim49aDpFVeKWfpn-rcrIq7GAubA2Gyxdtay8M_ylQuS7JfdYwrE-L_oB-l3EDn4XBRQ/s1600/Malcolm+Allison+1989.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbpxL34ifbeJX49MJC5W2IMamNjSzupmTg7p1GKYmlha46tfJomovtt2GnK6CVPjcHRiuim49aDpFVeKWfpn-rcrIq7GAubA2Gyxdtay8M_ylQuS7JfdYwrE-L_oB-l3EDn4XBRQ/s320/Malcolm+Allison+1989.JPG" width="320" /></a></div><br />
<div style="text-align: center;"> Inácio (campeão em 81-82): "Para ele uma coisa era o treino e o jogo, outra era o convívio. Uma vez fomos todos almoçar, não havia restrições, podíamos beber, e ele fumava charuto e obrigou-nos a todos a dar uma passa! (...) Nos dias de hoje era impossível haver um Malcolm Allison"</div><div style="text-align: center;">Manuel Fernandes (campeão em 81-82): "Respeitava os atletas e tinha vontade enorme de viver. O trabalho era importante mas viver também era. (...) Não bebia às escondidas, fazia-o à frente de toda a gente porque achava que não estava a fazer mal a ninguém. Hoje não podia ser."</div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-60511875419887853172010-10-06T22:10:00.000+01:002010-10-06T22:10:20.460+01:00AMANHÃ<div style="text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQx7rcPt0e1lkj0fl1aniFpSxp94GOFAquVXFpkZcvGwLIyZup7CjiPwl_Jm-1qLH2bGTkNmky-IPgsNqDrf-wAZGnjZnCcMSAckSvQxvA2iTYmkC6UykMvZ5YQWVDFyatVXKoSQ/s1600/Nao-deixe-para-amanha.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQx7rcPt0e1lkj0fl1aniFpSxp94GOFAquVXFpkZcvGwLIyZup7CjiPwl_Jm-1qLH2bGTkNmky-IPgsNqDrf-wAZGnjZnCcMSAckSvQxvA2iTYmkC6UykMvZ5YQWVDFyatVXKoSQ/s320/Nao-deixe-para-amanha.jpg" width="189" /></a>Teorias, utopias, demagogias, sonhos. Foi este o feed-back às minhas palavras no meu post anterior, onde, como de costume, deixei-me contagiar, exagerei num discurso salpicado de alguns laivos quixotescos, como soi suceder de cada vez que o tema me diz tanto como a mudança, sabido é que nestas coisas vai sempre uma grande diferença entre o falar e o fazer. Não falei da mudança como algo radical, um corte abrupto com o passado. A mudança não tem de ser uma utopia. Assusta? Assusta deixar o colo materno para irmos para uma casa nossa, assusta começar uma vida nova, termos de lutar pela nossa independência, abdicar da nossa privacidade, dos nossos segredos, partilhar, mesmo quando é isso que mais desejamos? Desejo, vontade, são palavras fundamentais em contraponto com algo que nos é imposto. Não devemos alterar nada que não seja da nossa vontade, em que não acreditemos. Hoje não vou deitar lixo para a rua, hoje vou tentar sorrir mais e não me deixar contagiar pela má disposição dos outros, hoje... É isso que assusta, não a mudança em si, mas o hoje, a proximidade do teste da escola, do exame de condução, do casamento. A fuga à rotina assusta, claro. A mudança de hábitos é daquelas coisas que concordamos sempre como necessárias e perfeitamente possíveis, mas nunca tão urgentes ao ponto de não podermos adiá-las para um amanhã sempre adiado no rol das prioridades. Sim, amanhã - não hoje - vou deixar de fumar, amanhã vou lutar pelo que eu quero, amanhã vou levar os miúdos a passear, vou abrir o meu coração, amanhã... vou ser uma pessoa diferente, vou ser melhor, vou ser feliz.. </div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-19249554.post-41577856433308565302010-10-05T18:33:00.000+01:002010-10-05T18:33:31.688+01:00SALVAR O FUTURO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj191-QkMCK4uH9gGF6HvgjaOk-FcwSEr66spb2cYItf48cOz5gxCjmYF1JXFqAG2r08ohtj8GODjbeOj1QIUuxhT7lL9msLO_4aB8GyM7-eD315HhwKCDCBkpztLJ8KWztKgBUXg/s1600/poeta-relogio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj191-QkMCK4uH9gGF6HvgjaOk-FcwSEr66spb2cYItf48cOz5gxCjmYF1JXFqAG2r08ohtj8GODjbeOj1QIUuxhT7lL9msLO_4aB8GyM7-eD315HhwKCDCBkpztLJ8KWztKgBUXg/s320/poeta-relogio.jpg" width="270" /></a></div><div style="text-align: center;">É a hora. Não de uma guerra que de guerras andamos fartos - já nos bastam as dos políticos - mas de dizer um basta e de mudar não apenas por mudar. Mudem-se as mentalidades para começar, os valores e já agora a política e os políticos. É a hora de acordar e sacudir dos olhos a poeira das promessas vãs e das mentiras, de agarrar na enxada e cultivar a terra mesmo que não seja ao pé da letra, lançar as sementes para um futuro que não seja apenas isto, mais do mesmo, não apenas outras moscas, a mesma... Pequenos gestos que aos outros possam parecer insignificantes, pequenos passos que começam por nós, por mim, por si. Como esperar mudar o mundo se não somos capazes de mudar nada em nós? Porque isso de ser perfeito... nem Cristo! É hora, com Reis ou Presidentes, mas sobretudo com Homens, de dar as mãos e esquecer as diferenças, de tentar - com carácter de urgência!, pensem nos sonhos ainda por viver, nos filhos e nos filhos dos filhos - salvar o futuro enquanto ainda houver presente. </div>Miguelhttp://www.blogger.com/profile/15515674376481263976noreply@blogger.com4