sábado, junho 28, 2008

LIVROS OU FILMES?

Não é novidade que cada vez mais a indústria cinematográfica vai buscar inspiração na literatura, num intercâmbio que tem maior ou menor retorno quanto maior for o sucesso da versão visual da obra. Quantas vezes não damos connosco ansiosos por um filme baseado num livro que foi do nosso agrado? Quantos não procuramos o tal livro que baseou aquele filme que gostámos tanto? Quem não leu ou nunca ouviu falar d' "Os Miseráveis" de Victor Hugo, "O Nome da Rosa" de Umberto Eco, "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen ou os hiper-comerciais "O Senhor dos Anéis" e "Harry Potter" de J.R.Tolkien ou J.K. Rowling, respectivamente? Todavia, a reacção ao filme ou ao livro, depende do impacto que um ou outro tiveram em nós na primeira vez que tivemos acesso à obra. Confesso que foi o que sucedeu comigo ao ver hoje "P.S. Eu Amo-te", na sua versão cinematográfica, a exemplo do que sucedera com o best-seller "As Palavras Que Nunca Te Direi" ou anteriormente em "A Mão Esquerda de Deus", que foi protagonizado no cinema pelo inesquecível Humphrey Bogart. Em qualquer destes três casos, os filmes desiludiram-me por completo. Dirão alguns que é pela falta dos pormenores, dos minímos detalhes escalpelizados pelo autor do livro e que por falta de tempo são ignorados pelo realizador do filme ou simplesmente por nossa culpa, pela forma como imaginamos cada personagem e cada momento narrado no livro. Em "P.S. Eu Amo-te" - que não é uma leitura imprescíndivel, mas cujo produto final resulta agradável - faltam mais do que detalhes, numa versão muito pessoal do realizador, ao ponto de trocar o país onde a acção decorre, descaracterizando personagens que nos atraíam pelos seus comportamentos excessivos tanto na dor como na alegria, e ignorando outros ou dando por irrelevantes passagens e pormenores considerados fulcrais no livro. Para quem já leu - e gostou - do livro, desaconselho vivamente o filme. Para aqueles que não tiveram essa oportunidade o filme resulta igualmente decepcionante, ao não explorar os sentimentos mais profundos dos seus protagonistas.

segunda-feira, junho 23, 2008

PORQUE HOJE É BEBÉ...


Neste dia tão especial não queria deixar de te dar os parabéns, desejando-te o melhor do que de melhor te possa acontecer e agradecer-te por me teres deixado compartilhar um pouco que fosse da tua vida. Deste-me a vida, deste luz à escuridão; abriste caminhos por entre becos sem saída; pintaste-me um sorriso tantas vezes sem motivo; acendeste a chama, investaste a alegria e uma loucura sã onde antes havia apenas resignação. Fizeste-me acreditar que os sonhos podem realizar-se e que por vezes existe mesmo um pote de ouro no final de cada arco-íris; polvilhaste de cor o cinzento das minhas folhas brancas, secaste a veia, mãe de tantos devaneios poéticos, porque a vida não se escreve, vive-se, cheira-se, toca-se, respira-se como se não houvesse amanhãs e todo o tempo juntos fosse sempre menos do que o pouco que tivémos. De tanto que me deste que posso eu desejar-te que não apenas o melhor, que chegues a tempo de fazer de todas essas esperanças promessas e de concretizar todos esses sonhos qu'eu não soube realizar.



terça-feira, junho 10, 2008

AS 10 VANTAGENS DE SER POBRE

1. É simples - Não perdes o teu precioso tempo com grandes sonhos e contentas-te com um sonho de pastelaria ao almoço.

2. É valorizador - Num mundo de mulheres interesseiras e oportunistas, só as sinceras e verdadeiras te ligam! O problema é que vais mesmo ficar sozinho.

3. É saudável - Tens uma vida de atleta, corres para apanhar o autocarro e empurras para apanhar um lugar ou fazes uma viagem inteira de pé e apertado.

4. É anti-stressante - Nenhum vendedor te telefona para vender bugigangas porque, além da tua conta estar negativa não tens sequer telefone.

5. É aliviante - Com a tua fama de sem-dinheiro, nenhum amigo te pede dinheiro emprestado e, se atingires um determinado grau de pobreza, eles nem serão mais teus amigos.

6. É emocionante - Tu nunca sabes se o dinheiro vai chegar até ao fim do mês e, assim, tens uma rotina muito menos previsível.

7. É invejável - Enquanto os teus vizinhos viajam, apanham trânsito num feriado e sofrem com as praias cheias tu descansas na comodidade da tua casita.

8. É útil - Tens de trabalhar aos domingos para fazer umas horas extras e assim não assistes àqueles programas que são campeões de audiências mas que são muito maus.

9. É seguro - Não precisas de andar com a carteira pois ela está sempre vazia e assim corres muito menos riscos.

10. É gratificante - Sem dinheiro para aceder à Internet não vais andar sempre a ler textos cretinos como este.

retirado de Renatoamorim.blogs.sapo.pt

DAR A CARA

A esta hora que vos escrevo, a greve dos camionistas já fez a primeira vítima. Não sei se será a última e prefiro não me alongar sobre o assunto sem saber em que condições se deu a tragédia. Até agora só nos foi dada uma versão dos acontecimentos, a da vítima. A verdade é que ao fim dos primeiros vinte minutos de telejornal tive de sair de casa para espairecer. Não devia ser para ler sobre problemas que as pessoas viriam ter a este blogue, mas por vezes sirvo-me dele como tubo de escape. Compreendo melhor agora porque vivemos sempre tão ansiosos pelo próximo jogo da selecção, mesmo que o futebol pouco ou nada nos interesse. Precisávamos de outro Euro em Portugal. Vi na televisão que há enormes quantidades de leite a correrem o risco de se estragarem, devido aos problemas já referidos, dos combustíveis e do boicote dos camionistas. Em Espanha, como em França ou Portugal, pessoas desesperadas tomam atitudes irracionais e violentas contra gente inocente que precisa de trabalhar para colocar dinheiro em casa. Lá como cá, destroem-se mercadorias, deixa-se estragar comida, numa altura em que milhões de pessoas passam fome no mundo. Eu sei que por vezes somos criticados pelos nossos brandos costumes, mas questiono-me até que ponto serão úteis as greves e para quem. Não termos de ser brandos não significa que sejamos violentos. Nos dias que correm, é assustador, quão ténue pode ser a linha que separa o homem moderno do selvagem que habitava as cavernas. Disseram-me hoje que isto assim não vai lá, que em vez de andarmos às turras uns com os outros, deveríamos pegar nos camiões e entrar pelo Palácio de São Bento. Seria porventura mais rápido e certamente mais eficaz. Mais do que tudo, temos urgentemente de ponderar sobre os nossos próprios comportamentos, porque cada atitude nossa, por mais justa, tem sempre repercussões positivas ou não sobre outras pessoas. Mais do que de discursos inflamados de políticos que pretendem apenas tirar vantagens para si próprios, sem se importarem com os fogos que ateiam nem com os reais problemas das pessoas, o País precisa urgentemente que o Presidente da República ou o Primeiro-Ministro falem às pessoas, dêem a cara, sem discursos de promessas que não podem cumprir. Se a situação é má, assumam a realidade, apresentem alternativas, alimentem a esperança, apelem à calma e ao bom-senso, assumam responsabilidades. Sejam sérios, frontais, honestos, pelo menos uma vez na vida. Neste Dia de Portugal, é de soluções que os portugueses precisam de ouvir falar e não de discursos históricos e de futuros cor-de-rosa, de meias palavras ou de sorrisos cínicos, se realmente queremos acabar com este clima de violência latente e de medo que vai tomando conta do cidadão comum. Pelo menos é essa a minha opinião, certa ou errada, talvez irrelevante para a maioria daqueles que aqui vêm, branda se calhar mas nunca fomentando a agressividade, modesta mas minha... porque vivemos numa democracia, onde muitos lutaram pela liberdade para que hoje possamos dizer e fazer aquilo que achamos correcto, desde que isso não choque com a liberdade dos demais.

CONVIDADOS A PARAR

Acabei de ouvir na televisão um dos responsáveis pelo piquete de greve dos camionistas a dizer que, se os camionistas da Gerónimo Martins não viessem acompanhados pela polícia, eles iriam "convidá-los" a parar, juntando-se à causa deles, acrescentando que estava indignado para com aqueles que não aderiram à greve. Confesso que não compreendi a que se queria referir por "convidá-los". Melhor, tenho medo de ter compreendido, pois já vi na televisão, como já presenciei ao vivo a persuasão destes convites. Não ponho em causa a justiça desta como de outras greves. Sei que começou com os pescadores, tem agora sequência nos camionistas e creio que não ficará por aqui, tantos sectores que sofrem directa ou indirectamente com os aumentos dos combustíveis. Nada do que tem sido feito até agora vai melhorar nem a economia do país, nem a vida daqueles que têm feito greve. Será que os sindicatos vão pagar os prejuízos daqueles que têm estado a lutar por eles? Numa democracia, não se admite que aqueles que não querem ou não podem aderir a uma greve sejam a isso obrigados - muitas vezes por colegas e "amigos" do dia a dia - à força de insultos e agressões físicas. Enquanto isso, as superfícies comerciais vão esperando por produtos que tardam em chegar, como antes os mercados esperaram por peixe.

FARTO DE VIVER

Segundo a mesma fonte, no Japão, um homem de 25 anos conduziu um camião por um bairro de Tóquio, atropelando 3 pessoas, sem qualquer razão aparente. Depois de saír da viatura saltou para cima de uma dessas pessoas, apunhalando-a, prosseguindo depois o massacre, esfaqueando indiscriminadamente outras pessoas que encontrava pelo caminho, sem se preocupar com o sexo ou a idade das suas vítimas, num total de 7 mortos e 10 feridos. Kato - o nome do tresloucado japonês - só parou quando a polícia ameaçou disparar, justificando os seus actos por estar "cansado de viver e farto de tudo". Porque será que quando alguém se diz farto de viver começa sempre por matar outras pessoas? Sendo o Japão um dos países mais seguros do mundo o recente aumento da criminalidade começa a preocupar as autoridades.

15 VIRGENS POR UM BURRO


Não é novidade, mas é sempre triste deparar com uma notícia como a que vinha hoje no jornal Global. A história conta-se assim: Há 8 anos um cão raivoso dos qalandari mordeu num burro dos chakrani, matando-o. Estes dois nomes esquisitos representam dois clãs rivais da província paquistanesa do Baluschistão. Só podia mesmo ser desta zona do globo. Esse incidente deu início a uma guerra que viria a fazer 13 vítimas, além, claro, do burro. O fim do conflicto só aconteceu este ano, quando um conselho de notáveis (?), a jirga, decidiu aplicar esta abominável sentença: o clã dos qalandari tinha de oferecer 15 raparigas virgens, entre os 3 e os 10 anos de idade, para casarem com homens mais velhos dos chakrani, alguns com mais de 50 anos. Em 2008, notícias como esta atentam contra os direitos da Mulher e não só, escandalizam e afrontam descaradamente um mundo que se diz moderno mas que continua a permitir que situações como esta se façam com assiduídade e que continuem a passar impunemente. Se em vez do burro ou das 15 crianças estivéssemos a falar em poços de petróleo, certamente que a história seria outra, já que para aqueles que mandam, as prioridades são outras bem diferentes.