sexta-feira, junho 30, 2006

PARABÉNS!!!

Não queria deixar passar este dia sem endereçar publicamente os meus votos de um dia feliz ao meu colega e amigo Paulo, assim como algumas palavras, cujo teor e veracidade ele conhece bem, mas que gostaria de expressar. Em todos os trabalhos existem colegas e amigos, sendo poucos, muito poucos, aqueles que conseguem agregar em si os dois factores, com quem possamos trocar mais do que dois dedos de conversa, invariávelmente sobre barcos e bilhetes, Sporting ou Benfica. Nestes quase 16 anos de convivência e, principalmente nos quase dois anos que tive o privilégio de trabalharmos em equipa, pude por várias vezes aferir da excelente pessoa e profissional competente que ele é. Feliz aniversário, amigo!

E SE... AMANHÃ FOSSE ASSIM?





quinta-feira, junho 29, 2006

IMAGENS DO PAÍS REAL

LISBOA ALI A NORTE

Do menino que fui ao homem que hoje sou
em Almada nasci e creci,
chamam-lhe agora Cacilhas
e nunca daqui saí.
Pertenço a lugar nenhum
perdido no mundo sem saír de onde estou,
norte-sul, quero lá saber,
a guerra é feia e eu não quero nem ver
quem ficou ou saiu, quem ganho ou perdeu
ou se fiquei apenas eu.
Não sou bairrista, não sou racista
não sou benfiquista, meu clube é Portugal
minha bandeira a Nacional.
Vivo e não sei onde
numa cidade que não tem nome,
se Lisboa é Lisboa
porque há-de ser Almada Margem Sul?
Cada vez entendo menos
Porto fica a sul de Chaves
Lisboa ali a norte
e eu aqui... em lugar nenhum.

SEM COMENTÁRIOS

AS PALAVRAS DOS OUTROS

Escrever não é só endireitar palavras, lançar bem a locução, moldar a frase com harmonia, leveza e beleza.
Escrever é, antes de tudo e sobretudo, um acto de honra.
Escrever é moral em acção.
Escrever é procurar o afecto confiado de quem nos lê.
Escrever é escrever para o mundo todo, mesmo, e sobretudo, quando o mundo se limite ao horizonte da tua secretária.
Escrever é perceber que o ilimite de escrever reside no limite de perceberes o ilimite da intímidade do outro.
Escrever é ter a coragem de enfrentar as palavras, depois de ter a humildade de as escutar, porque todas as palavras possuem som, tímbre, é preciso procurá-los, porque todas as palavras são objectos indomáveis.
Escrever é servirmo-nos das palavras dos outros.
Escrever é servirmo-nos dos gritos e dos silêncios das ruas.
Escrever é juntar harmoniosamente sintaxe, razão e coração.
Escrever é sentir o obscuro furor de quem nada tem, de quem nada pode, de quem nada deseja, porque esse quem foi por alguém impedido de sonhar e proíbido de ter esperança.
Escrever deve ser medular, para ser modelar.
Escrever não é uma carreira; carreira é coisa de autocarros.
Escrever é saber o que se deve dizer quando se diz o que não se quer dizer ou o que se nos impoe que deva ser calado.
Escrever é, também, e por vezes, silenciar.
Escrever é dizer AMO-TE, no interior do próprio silêncio.
Escrever é a gente julgar que, apesar de tudo, ainda vale a pena escrever.
Escrever é a cólera sufocada, a dor amordaçada, o silêncio ainda maior que o silêncio, o choro sem choro todavia choro.
Escrever é sempre escrever para muito mais longe do que quem escreve julga.



Baptista-Bastos

ANJOS & DEMÓNIOS

"As mulheres foram feitas para serem amadas, não para serem compreendidas" - Oscar Wilde

PENSAMENTO DO DIA

"De nada serve estar vivo, quando é preciso trabalhar" - André Breton

terça-feira, junho 27, 2006

ÁGUA NA FERVURA

Interrompo hoje uma pausa que impus a mim mesmo, no que ao blog diz respeito, para dar voz à minha indignação por algumas atrocidades que tenho lido e ouvido nos últimos dias àcerca desse Portugal-Holanda do nosso contentamento. Não concordo, logo de início, com o linchamento da quase totalidade da opinião pública na pessoa do árbitro. Talvez seja eu que não entenda nada de futebol, porque para mim, se bem que pudesse condescender em alguns lances, o árbitro mais não fez do que agir de acordo com o que está regulamentado, excepção feita a uns poucos de casos que enuncio de seguida. Ao ler os jornais do dia seguinte, fiquei com a incómoda sensação de que terei sonhado com um penalty na área portuguesa, numa dupla falta, primeiro sobre Robben e depois numa falta grosseira de Nuno Valente, pela qual deveria ter sido mostrada a cartolina vermelha e marcado o respectivo penalty. Procurei ler a opinião dos entendidos, mas nada vi sobre o assunto. Costinha deveria ter sido expulso momentos antes de meter a mão à bola e o próprio Deco teria ído para as cabinas mais cedo, caso tivesse sido sancionada como mandam as regras aquela entrada vingativa sobre Hettinga. Quando é expulso, o amarelo é bem mostrado, apesar de não acreditar que o procedimento fosse o mesmo se no lugar do luso-brasileiro estivesse a "queimar" tempo Ronaldinho Gaúcho ou outro galáctico qualquer. Uma palavra ainda para a atitude de Figo ao "encostar" - segundo li hoje na imprensa - a cabeça na cabeça de um holandês. Haja imparcialidade! Ao contrário, estariamos a clamar por castigo contra o selvagem adversário. Com isto, não estou a pretender afirmar que a nossa vitória não foi justa, apesar de, sendo outro o resultado, também não poder ser considerado injusto. Portugal superiorizou-se aos holandeses, no sacríficio, no querer e na arte. Um artista, no futebol, não é aquele que dá três e quatro toques com a redonda colada ao pé, que ultrapassa dois adversários e volta a passar para trás. Não, o artista recebe a bola pronta para a passar para outro colega, e fá-lo em condições, com passes ou centros bem medidos e não de qualquer maneira. Quanto à outra arte, aí somos artistas, provocando os adversários, fazendo entradas maldosas ou tentando enganar os árbitros através de sucessivas simulações de faltas e quedas para o relvado, de que o futebol português é, infelizmente vasto. Chega de nacionalismo exacerbado, visível apenas quando jogamos à bola, porque no resto do tempo, estamos sempre a falar mal - quantas vezes de forma absolutamente gratuita - de tudo o que é português. Agora venha a Inglaterra e a minha fé é a de que venceremos, mesmo que tenhamos de jogar feio e ter menos oportunidades do que eles, porque o que contam são as vitórias. Não vamos é continuar a fazer de conta que somos sempre as vítimas do sistema e que os outros são vilões. Viva Portugal!

quinta-feira, junho 22, 2006

FOLHAS CAÍDAS

À transparência do que sou, do que faço
sou o bom filho, o amante pudibundo,
o viajante errante, mendigo de amores perdido,
da felicidade apartado e sozinho.
À revelia do resto, da coragem que não tenho
sou tudo menos santo, fogem-me as mãos
e o olhar na vertigem dos meus pecados,
na voracidade das minhas palavras,
no grito surdo dos meus silêncios,
no Outono de sonhos adulterados
como folhas caídas à sorte p'lo chão,
já sem côr, já sem vida... e a esperança
há muito por demais esquecida.

EVASÕES

FALA QUEM SABE (2):


"Embora teórica e técnicamente a televisão possa ser viável, comercial e financeiramente é impossível e portanto será perda de tempo desenvolvê-la" - Lee de Forest, inventor do rádio

FALA QUEM SABE:


"Adoro Beethoven, principalmente os poemas" - Ringo Star

AINDA SOU DO TEMPO...

22jun86 Argentina-Inglaterra

quinta-feira, junho 15, 2006

PADRE CURA


Puxa em cima, falta em baixo
A vergonha... o padre cura,
perna bonita, colo a condizer:
10 Avé Marias e 20 pais nossos.
Puxa para baixo, falta em cima
Um dia deixa de puxar, despe.
Despe a roupa, despe a alma
perde a vergonha e já nem o padre a cura.

NÃO ME CHAMEM DE POETA


Não me chamem de poeta
porque poeta é aquele
que nas palavras liberta com ardor
essa dor com que se alimenta
e nela se inspira
para falar de amor,
sofrimento calado, gravado
nas folhas dum livro qualquer
guardado, esquecido, sem vida.
Eu não tenho a cor
não sou verso, não sou pássaro
engaiolado, incapaz de voar.
Eu simplesmente não voo,
sou prisioneiro desta vida
já sem sonhos para sonhar,
perdido na multidão
d'outros tantos como eu;
um falhado, sobrevivente,
quem sabe?, náufrago...
mas poeta?... Nunca!
Como pode ser poeta
alguém que hoje dorme
apenas para não sonhar?

quarta-feira, junho 14, 2006

ESCREVO, LOGO EXISTO!

Existo, será que existo?
Ocupo um espaço
causo transtorno
Hoje nada faço
ontem pouco fiz,
sou o zero à esquerda
parasita, caso sério
terra que nada produz
vácuo, pedra, vegetal.
Sei que nada sou, mas existo
e porque penso, será que existo?,
se pouco falo, que será isto?
Sobre o que penso exagero
do que não falo no papel confesso,
letras, suor que transpiro
palavra, lágrimas de tinta
que tiro de dentro de mim.
Existo, será que existo?
Se pouco faço, muito escrevo
e se escrevo, logo existo.

ALMA-MAR

O mar
numa agonia constante
rasga um peito aberto
dilacera minh'alma fémea
delicada, perversa e inconstante.
O mar à minha porta em dolentes vagas
inspira-me a mais que isto,
mais que palavras vãs,
sentimentos que me animam,
amarras que se libertam
e sofro por não ser fúria de temporal
força, carácter, semente, vida
dor de não ser mar
(de não saber amar),
serei amargo
e do mar
serei sal.

GREGOS & TROIANOS

É cada vez mais díficil agradar a gregos e troianos e nem sempre se consegue jogar em duas equipas ao mesmo tempo. Há momentos na vida em que somos forçados a tomar partidos, mesmo que para isso tenhamos de ferir as susceptibilidades de alguns que não queríamos magoar. Isto tudo a propósito de um recado "amigável" sobre a conduta a seguir num evento cada vez mais próximo. Pensava eu que, não agitando "ondas" não significaria falta de solidariedade para com aqueles que o fazem, como se, não sendo branco tivesse de ser preto e não existissem meios termos. Pensei eu, que um homem poderia ser uma espécie de Suíça, à margem de quaisquer conflictos. Não. Por muito que tenhamos evoluído e que defendamos ferozmente a bandeira da democracia, toda a opinião será sempre respeitada, desde que não difira da formada pela maioria. Assim, se queremos continuar a jogar, temos de fazer como os carneiros e seguirmos a fila. Havendo um preço para tudo - que há -, deverei eu prostituir os meus ideais e convicções, a pouca dignidade que me resta, apenas para agradar a uma maioria que não é sequer capaz de respeitar a minha individualidade enquanto Ser Humano capaz de pensar por si próprio? À margem desta celeuma recebi hoje a boa nova de que mais gente visita este meu blog e, principalmente, que o apreciam, assim como à minha escrita. Obrigado, Joana, pelas palavras. São estes raros momentos que nos incentivam a prosseguir, mesmo quando os ventos nos parecem desfavoráveis, agrestes.

quarta-feira, junho 07, 2006

ANJOS & DEMÓNIOS

O que faz uma mulher para esconder uma imagem que - involuntáriamente - instalou no desktop como fundo e não sabe apagar???

terça-feira, junho 06, 2006

SERÁ QUE...

... posso processá-los?

sexta-feira, junho 02, 2006

FELIZ ANIVERSÁRIO


À minha amiga Ana, um FELIZ DIA DE ANIVERSÁRIO, junto daqueles que mais estima. Que o futuro lhe reserve tudo de bom, porque ela merece! Um beijo e um abraço deste colega e amigo!