terça-feira, julho 11, 2006

3 - POBRE DE QUEM QUER SER RICO

7.3o, paragem em Torres Vedras para um café e um xixizinho. Está fresco e depois do calor intenso da véspera chuvisca. Na tabacaria não encontro a minha "biblía" e tenho que me contentar com o Record. Bebo um café e coloco a hipótese de mandar uma mensagem para me manter ligado à civilização, mas é cedo para acordar seja quem for. Volto para o autocarro, nova dose de Bruno e Marrone e de cacarejos. O jornal parece ter menos páginas e eu tenho que olhar pela janela para me distraír. Verde, muito verde, mais verde... Três horas depois de acordar, São Pedro continua triste, céu encoberto, chove agora com mais intensidade. "Condutor, podíamos voltar para trás?". 8.18, primeiro contratempo: "Não deixaste a telenovela para gravar?", pois, não me lembrei. Que tragédia. 8.25, já se ouve o Marante quando toca o telemóvel, mas a expectativa dura pouco, pois é para me pedir dinheiro. Será que me confundiram com o Belmiro de Azevedo? Olho para a esquerda, o velho de 94 anos está a fazer ginástica. Se soubessemos o que nos esperava...8.45, no alto de uma parede enorme lê-se "Pobre de quem quer ser rico". Quem escreveria uma barbaridade destas? Municipal de Leiria, o Castelo, bandeiras portuguesas - já não tantas como antes. Já não chove. A nossa guia entra no autocarro e eu lembro-me da história da bonança depois da tempestade. Finalmente, uma cara sem rugas, uma alternativa ao verde da paisagem.

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