segunda-feira, dezembro 05, 2005

A VERDADE


A caneta desliza como uma bailarina embriagada no palco secreto de uma infundada esperança, as palavras às cegas, muito embora certas, a reboque de uma memória ainda fresca, que não quero ver tão cedo esquecida. Pela enésima vez repito-me, perco a graça, naquilo que escrevendo não ouso dizer-te, mas perto de ti sinto a premência d'encontrar palavras novas, d'inventá-las, d'adulterar um vocabulário assaz limitado no que ao adjectivar-te diz respeito. Desgasto-me baldamente em loas que fraquejam no intuíto desastroso de t'enredar na minha teia, porque a verdade é uma arma que nos mata e se não mata fere, e se fere afasta-nos.
30SET03

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