quinta-feira, dezembro 15, 2005

NOITES VAZIAS





Toma o meu corpo, possui-o! Toma esta carne sem freio, todo este calor, esta ânsia, esta febre! Se és tu, qualquer uma, tanto faz! Toma-o na longa eternidade das minhas noites vazias, recebe as fraquezas do meu ser na força bruta do teu querer! Toma a razão sem razão e todavia razão dos meus ímpuros devaneios; toma a demência dos meus poemas e a indecência dessa castidade atroz! Violenta-me a inocência, saboreia da mente a perversidade, toma o meu corpo faminto, quiçá sedento de vida vivida, dum beijo mesmo beijo, do aconchego dum abraço, do estertor dum orgasmo.

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