sexta-feira, novembro 06, 2009

FRAGRÂNCIA DAS MEMÓRIAS

Dois anos. Dois? Não pode ser! Parece que foi ontem. Quase que jurava que o sabor daquele beijo apressado, imperfeito e confesso até, desastrado, ainda mora na minha boca, na mesma de onde saíra minutos antes aquelas palavras que nunca esquecerei. Há momentos na vida que não se esquecem nunca. Coleccionamo-los como pacotes de açucar na caderneta das lembranças. Deveriam ser como perfume, para que podessemos guardá-los num frasco e só o abríssemos de vez em quando, sempre que a nostalgia nos invadisse o coração. Quem diz que as memórias não têm cheiro, nem cor ou sabor é porque nunca conheceu a tristeza e a inutilidade de um jardim sem flores. Sem elas, restam-me as lembranças.

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