terça-feira, abril 17, 2007

SOBRE AQUILO QUE COMEMOS...

A Maxmen deste mês confirmou-nos uma vez mais - se tal fosse necessário - que não é apenas uma revista com fotografias de mulheres bonitas - e se as tem! Da primeira à última página podemos entreter a vista mas também cultivarmo-nos um pouco com reportagens extremamente curiosas e interessantes, como o relato da equipa de râguebi uruguaia, que em 1972 se despenhou nos Andes, a caminho do Chile. A equipa do Old Christians deslocava-se num bimotor Fairchild, juntamente com alguns familiares num total de 45 pessoas, quando, a 13 de Outubro, sexta-feira, o aparelho não resistiu a uma zona de turbulência e caiu no meio da neve. Apenas 32 pessoas sobreviveram ao impacto e mesmo para elas, as perspectivas eram as piores, pelo frio intenso e pela escassez de comida, que se resumia àquela que traziam consigo. Mais de dez dias passados sobre o acidente, vencidos pelo desespero, pela histeria, pela febre e pela fome, a morte parecia inevitável... mas Nando Parrado, um dos sobreviventes do desastre aéreo e que mais tarde escreveria o livro Milagre Nos Andes, recusava-se a morrer, seguindo o mesmo destino da mãe e de uma das irmãs, falecidas no incidente. Afinal, havia muita carne disponível, perto do grupo de sobreviventes. Num estranho e macabro ritual, voltaram a desenterrar os corpos gelados das vítimas mortais, que lhes haveriam de dar o alimento e proteínas necessárias para continuarem vivos. Quinze dessas 45 pessoas sobreviveram e voltaram para casa.
Já pensou se o mesmo lhe acontecesse a si? Se tivesse de comer um amigo, um familiar, o seu pai, a sua mulher ou filha? Seria capaz? Seria a sua vida tão importante, que valesse um sacríficio semelhante? Como ainda não somos capazes de prever o dia de amanhã, vamos propor-lhe uma situação semelhante, um acidente aéreo que o atirasse a si e a uma equipa como... a da foto abaixo, para uma ilha paradísiaca cheia de coqueiros e com lagos naturais de água tépida. Aí, sozinho e sem meios de comunicação com o mundo exterior... seria capaz de comer as suas companheiras de infortúnio?

Sem comentários: