Tenho assistido ao longo dos últimos anos e, com alguma preocupação, a uns quantos comentários de uns iluminados sobre algumas das causas do crescendo da violência nos nossos dias. Preocupação pela facilidade com que se empolam certas situações, numa cruzada pelo catolicismo ou por uma notoriedade gratuíta que quase chega a dar vontade de rir, não fosse tão preocupante. Recordo-me perfeitamente do choque que foi para as imaculadas e todas poderosas altas esferas do Vaticano o tema Like A Prayer e o respectivo vídeo de Madonna, como as ridiculas tentativas de silenciar O Código Da Vinci, como se a "verdade" que nos é incutída desde tenra idade possa ser afinal um aglomerado de mitos frágeis nos seus alicerces. Dizem - os entendidos - que a televisão, hoje em dia, incita à violência e ao sexo, que os filmes são demasiado agressivos e até a animação infantil tem violência em excesso, que depois é transposta do ecrã para a vida real pelos jovens. Quando eu tinha os meus 10/12 anos, também havia armas na televisão, havia cowboys e índios, piratas, filmes de capa e espada. Não me tornei uma pessoa violenta. Pelo menos, não mais do que o normal.
É fácil procurar explicações, como se todas as pessoas fossem iguais e as suas atitudes e motivações fossem para toda a gente as mesmas. Mais recentemente, houve uma polémica sobre uma das capas do filme Procurado, uma vez mais pelo incitamento à violência. Nestes últimos dias, o julgamento do Comité Anti-Violência britânico incidiu sobre uma foto da cantora Katy Perry - que era para ser capa do seu novo disco -, em que ela surge com uma faca na mão. Em causa está o crescente número de crimes praticados com facas entre os adolescentes. Inclusivé, o pai de uma menina que foi esfaqueada disse: "alguns jovens podem vê-la com a faca e querer ter uma também". OK, meus senhores, acabem com as telenovelas, os filmes e os noticiários e passem novamente os episódios da Heidi e da Casa na Pradaria.
É fácil procurar explicações, como se todas as pessoas fossem iguais e as suas atitudes e motivações fossem para toda a gente as mesmas. Mais recentemente, houve uma polémica sobre uma das capas do filme Procurado, uma vez mais pelo incitamento à violência. Nestes últimos dias, o julgamento do Comité Anti-Violência britânico incidiu sobre uma foto da cantora Katy Perry - que era para ser capa do seu novo disco -, em que ela surge com uma faca na mão. Em causa está o crescente número de crimes praticados com facas entre os adolescentes. Inclusivé, o pai de uma menina que foi esfaqueada disse: "alguns jovens podem vê-la com a faca e querer ter uma também". OK, meus senhores, acabem com as telenovelas, os filmes e os noticiários e passem novamente os episódios da Heidi e da Casa na Pradaria.
Por último, nesta última semana, também um jogador do Arsenal de Inglaterra foi critícado, mesmo na pessoa do seu treinador, por ter sido fotografado - na rua - a fumar. Arséne Wenger considerou que o seu jogador agiu mal, pois como figura pública tem responsabilidades. Ainda no país de sua majestade, um outro treinador, ao saber que um jogador da sua equipa tinha sido apanhado a horas impróprias a saír de uma casa de striptease, apenas disse que lamentava já não ter a idade do atleta em causa, pois ter-lhe-ía feito companhia. Pessoalmente, concordo que se critiquem certas situações em que a violência ou certas cenas de menor decoro sejam evitáveis, preterindo-se o sensacionalismo e a vulgaridade ordinária, mas daí a empolar e a extremizar determinadas atitudes, como se os jovens de hoje não tivessem opinião própria, e fossem todos como um bando de carneiros fácilmente influenciáveis pelos media ou pelos seus ídolos é não só descabído como falso.
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