sexta-feira, junho 03, 2016

FEIOS, PORCOS E MAUS... E AINDA POR CIMA DESDENTADOS (ou uma viagem do Portugal profundo ao Brasil dos morrtos e favelas, passando pela lua até à India)

Num comentário ao que de mais relevante me marcou esta semana começo pelas mais de três dezenas de selvagens que violaram uma jovem de 16 anos no Brasil e não satisfeitos, ainda publicaram o vídeo da sua façanha (?) nas redes sociais. Já as habituais vozes se levantaram a dizer que foi consensual, que a rapariga agira ou vestia de forma a instigar tal comportamento repugnante e ultrajante, mas que não é mais do que um daqueles crimes sem perdão para os quais qualquer castigo por mais doloroso será sempre pouco. Afinal que mundo é este que trata as mulheres como objectos sexuais, como se fossem seres de segunda e não merecedores dos mesmos direitos e respeito que os homens? Evoluímos, dizem alguns, deixámo-nos dos preconceitos e falsos moralismos do passado, inventámos a roda e a matemática, aprendemos a diferença entre o certo e o errado, fomos à lua. Então o que motiva comportamentos como estes? Não somos selvagens só porque nunca vimos o mar ou sentimos a neve no rosto ou por sermos desdentados. Não somos melhores ou piores por termos educação, mais ou menos dinheiro, por sermos brancos ou negros, homens ou mulheres. Natureza humana? A verdade é que à primeira tentação damos primazia aos nossos instintos mais básicos e selvagens como se ainda vivessemos em cavernas fazendo fogo com dois pedaços de madeira. Deve a mulher em alternativa deixar de se cuidar, tapar-se até ao pescoço, esconder as formas porque de outra forma estará a incentivar a violação? Mas o piropo é que é crime. Envergonhem-se os senhores da justiça e do progresso! Não pode uma mulher entrar num autocarro repleto de homens sem correr o risco de ser violada ou assassinada? Homem que é Homem não se deixa guiar pelo instinto, não bate na mulher, não impoe a sua vontade contra a vontade alheia, não viola, não se escuda em acções injustificadamente incontroláveis para satisfazer desejos egoístas. Que sociedade é esta sem moral, tão depravada, conspurcada por um desejo insaciável de ambição, de corrupção, de direitos isentos de deveres, de uma sede egoísta de poder que não vê limites e que continua a passear-se incólume e sem remorsos sobre um mar imenso de crimes hedíondos e pecados atrozes, enquanto as beatas criticam decotes junto ao altar.