terça-feira, março 27, 2007

O MAIOR DOS PORTUGUESES



Terminou esta semana o concurso da RTP dedicado a"Os Grandes Portugueses", sendo que, aquele que foi considerado por mais de 40% dos votantes como o maior de todos os portugueses foi... Salazar. Pessoalmente, não pertenço ao grupo daqueles que apenas falam mal do salazarismo, reconhecendo virtudes e defeitos, como a todos aqueles que se seguiram após a sua queda. Todavia, e comparando com outras figuras que marcaram sobremaneira a nossa História, tratou-se certamente de uma decisão não apenas controversa como corajosa.

domingo, março 25, 2007

PORQUE HOJE É DOMINGO!...

20.45, acesso ao meu blog. Havia alguma expectativa em redor do número de visitas a este espaço, que pouco antes estava em 998. Mas ali, diante dos meus olhos, era outro número que ocupava toda a minha atenção, aquele tão esperado, o do primeiro milhar de visitantes, desde aquela quarta-feira, 23 de Novembro de 2005. A primeira reacção que me invade é de gratidão pela fidelidade mais ou menos assídua de todos que contribuíram para este número e a segunda, de satisfação por aqui chegar. Nem sempre é uma tarefa gratificante, a manutenção de um blog, pelo tempo disponível, pelo feed back ou falta dele, pelas expectativas criadas e pelas dúvidas que surgem sempre pelo caminho: deverei falar disto ou daquilo? Será tal assunto pessoal demais para expô-lo, devo ou não postar fotos daqueles que me são mais próximos? Não encontrei ainda a resposta a tudo isso. Sei apenas que continuo a escrever, porque gosto de o fazer, porque me distraio ao fazê-lo e porque me agrada pensar que nesses momentos estou mais próximo de alguém, que mesmo não conhecendo está também a partilhar as minhas experiências, e a distrair-se como eu. Que venham então outras mil. Um bom fim de semana para todos vocês e façam o favor de serem felizes!

quarta-feira, março 21, 2007

FILHO DA PUTA

Sou filho de um povo que vive e sofre
no sopro brando e triste de uma canção
qu'é dor d'alma, de crença parida a ferros
no orgulho de sangue, suor e lágrimas
vertidas em vão por tão ilustres ancestrais.
Sou o orgulho presente num fado de Amália,
na ponta certeira da bota de uma pantera negra,
na pena molhada dum poeta sem olho, zarolho.
No mais sou o desprezo, da culpa sempre alheia,
da fome e da sede, da vontade de viver
sem ter nada p'ra comer - e viro a cara,
às crianças sujas em cada esquina,
porque a verdade é só aquilo que se vê.
Mas não! É também um peito seco de vergonha,
de bolsos vazios e vitórias morais,
da esperança adiada por uma política sempre errada.
Serei eu filho da puta desse país de merda
que na derrota já não presta?
O português não sabe,
o português não vê, não fala,
o português não quer saber
dum país que ele próprio renega
de cada vez que não lhe interessa.

A BELA E O MESTRE





Apesar de não ser espectador assíduo de televisão, e em especial de reallity shows, não pude deixar de visualizar um ou outro momento do novo programa da TVI, A Bela e o Mestre. Confesso que não vi o programa de estreia e que não fazia a mínima ideia do seu conceito, mas assim que, após mais um zapping por alguns dos inúmeros mas cada vez menos atractivos programas televisivos, o comando parou na TVI e não consegui, durante uma boa meia dúzia de minutos mudar de canal. Não pela beleza mais ou menos indiscutível das oito beldades, atirada descaradamente - quase pornográficamente - à cara de um público muito vasto e de várias faixas etárias, mas pelos seus atributos mentais (ou falta deles). A todas eram colocadas simples perguntas a que, para grande estupfação da minha pessoa, não sabiam responder correctamente. Marina, uma ex-miss Portugal chegou ao ponto de ficar a olhar com ar de parva para a fotografia de Fidel Castro enquanto o apresentador lhe perguntava quem era aquela pessoa. Quase orgulhosa da sua estupidez a jovem estudante de Comunicação (!!!!) não conseguiu identificar quem era uns dos homens mais conhecidos da nossa História. Pior do que isso, parecia estar satisfeita consigo própria, ao passar a si mesma, e diante de milhares de telespectadores, um atestado de ignorância. As fotografias vão-se sucedendo, com maior ou menor grau de dificuldade (Sofia Loren, o Rei Juan Carlos, etc etc), mas os resultados são constrangedores, enquanto as beldades exibem com orgulho um sorriso Pepsodent e aquele olhar tipo "eu sou burra, mas os homens babam-se a olhar para as nossas pernas e as mulheres inteligentes invejam-nos por isso. Os homens, Mestres, são chamados cromos, quase todos desinteressantes fisícamente, mas inteligentes, até prova em contrário. É certo que a situação, de tão absurda, arrancou-me algumas gargalhadas, que logo deram lugar a uma crescente preocupação. Só pode ser encenado - pensei. As mulheres, pelo menos aquelas, não podiam ser tão burras, claro! É tudo para a audiência. Porque a ser tudo verdade, e pelas audiências dos primeiros dias de emissão, as mulheres e os homens portugueses SÃO REALMENTE incultos.
Como era de esperar a Comissão Para a Igualdade dos Direitos das Mulheres vai tomar uma posição pública contra o programa, e pondera uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Segundo Elza Pais, a presidente da Comissão, é "inadmissível, no ano europeu em que se promove a igualdade de oportunidades, que um programa de TV apresente estereótipos dos papéis da mulher e do homem em que elas são subjugadas e eles dominadores".

EVASÕES (Juliana Paes)


PRIMAVERA

A Primavera chegou e encontrou-nos tolhidos por um frio intenso que teima em não nos abandonar. Enquanto o calor não se faz sentir sobre nós com todas as suas implicações mais ou menos nocívas aos corpos e à vista, resta-nos encontrar a melhor forma de nos mantermos aquecidos. Brrrrrr!!!

terça-feira, março 20, 2007

DIAS DÍFICEIS



Por esta hora, no tribunal do Seixal, já começou a discutir-se o futuro próximo do meu sobrinho mais velho, um dia depois do Dia do Pai. Como tio, como irmão e até tentando colocar-me na pele de um espectador isento, não posso deixar de estar do lado do pai da criança, por ele, mas sobretudo pelo filho. Estou certo de que será uma batalha árdua, contra a tradição vigente de se dar a guarda dos filhos às mães, em toda e qualquer situação. Estou ainda mais certo de que, qualquer decisão tomada não será aceite de bom grado por uma das partes, podendo mesmo correr-se o risco de não ser cumprida. É nestas alturas que invejo alguns casais que conheço e que na hora da separação souberam manter uma relação cordial, e de respeito, privilegiando sempre o bem-estar e a saúde psicológica dos filhos. Infelizmente, também conheço aqueles, que nestas horas usam os filhos como armas, numa guerra em que, qualquer que seja o vencedor, todos perdem.

Começou hoje uma semana - ou mais - que se antevê complicada, a requerer o máximo de bom-senso, auto-controle, ponderação e paciência. Vão ser dias de alguma tensão, já que a minha mãe vai realizar alguns exames médicos mais ou menos complicados, de forma a diagnosticar a doença que a vem fustigando há já alguns meses, de uma forma quase insuportável e a que tem resistido estóicamente, mesmo quando todas as forças parecem começar a escassear.

Por vezes, a minha atitude face a estes dois problemas - como aos demais -, é vista, não sem alguma razão, como defensiva ou distante, fugindo sempre a um atrito tantas vezes necessário no primeiro caso, como reagindo com menos emotividade no segundo. Talvez seja a minha forma de me defender e de conservar algum sangue-frio para agir correctamente na hora certa e não deitar tudo a perder por precipitar-me. Posso estar errado, posso até arrepender-me depois, mas é a minha natureza e as minhas decisões não irão nunca ser tomadas só por aquilo que os outros pensam ou dizem. A estima, o amor e o respeito que temos com aqueles que nos são mais próximos não se mede pelas vezes em que concordamos, mas por todas as alturas em que estando errados, aconselhamos ou somos aconselhados por aqueles que se preocupam verdadeiramente connosco.

quarta-feira, março 14, 2007

NOVA IMAGEM


domingo, março 11, 2007

AS APARÊNCIAS ILUDEM


É o caso desta fotografia, que saiu num jornal desportivo de 28 de Janeiro de 1994 e que, de tempos a tempos é-me recordada por alguns colegas e amigos, conotando-me como sócio de um clube de lisboa que não o Sporting. Aproveito para, de uma vez por todas, esclarecer que, EU não contribui para a entrada desse clube no Guiness Book, e que apenas por motivos de outrém, fui apanhado no lugar errado à hora errada. Só isso! Fique assim o assunto encerrado!

quinta-feira, março 08, 2007

BONS SONHOS






ELEGIA



Talvez seja um pouco como o Natal, o Dia do Pai ou da Mãe e até da Criança, que têm direito a um dia por ano. Mais do que um seria no caso concreto de hoje um exagero e, as mulheres - porque é do Dia Internacional da Mulher que aqui falo - poderiam supor ser-lhes atribuída uma importância maior àquela que naturalmente a natureza lhes incumbiu: pôr-se bela, seduzir, lavar, passar, limpar, manter-se bela, ser submissa, criativa, selvagem, ser mãe, mulher e amante, fiel, mas sempre feminina. Como se deduz, não é menor o papel reservado às mulheres na sociedade actual. Até já têm - imagine-se! - o direito a votar. Que insensatez!

Agora mais a sério, e como dizia e muito bem Orson Welles, "se não fossem as mulheres o Homem ainda estava de cócoras numa caverna a comer carne crua. Nós só construímos a civilização para impressionar as nossas namoradas". Daqueles que não sabem viver sem a vossa presença: Um feliz dia da Mulher para todas as mulheres em geral!



quarta-feira, março 07, 2007

PRECE


Até que ponto pode um corpo suportar tanta dor? Quantos dias poderemos suportar quase sem comer, quase sem dormir, alimentando-nos quase e só de gemidos intensos e preces sem resposta? Como aceitar a ideia de um Deus todo poderoso e misericordioso, se tanto o corpo como a alma são castigados sem justificação até aos limites do suportável, como uma coroa de espinhos cravada na nossa pele para expiação dos pecados dos outros? Senhor, se porventura Existes, tende misericórdia daqueles que sofrem!

segunda-feira, março 05, 2007

EVASÕES (Gemma Atkinson)

a bomba que substituiu Merche no coração de Ronaldo

domingo, março 04, 2007

04 MARÇO 2001

Ponte Entre-os-Rios.

sexta-feira, março 02, 2007

MUDAR PARA TRÁS


Paulo Portas anunciou ontem à noite a sua intenção de regressar à presidência do Partido Popular em nome de uma mudança necessária. Necessária para quem? Para os portugueses? Para ele? Mudança?! Um regresso ao passado, talvez, a uma época da qual nem os portugueses em geral, nem os simpatizantes e militantes do PP em particular sentem quaisquer saudosismos. Eu não gosto de política, provávelmente por não gostar de políticos. Sentia uma admiração por Francisco de Sá Carneiro, como tantas outras pessoas, talvez por ter morrido cedo e de forma tão trágica, condicionantes que, a exemplo do sucedido com James Dean ou Marilyn Monroe, são suficientes para fazer de pessoas vulgares mitos eternos. Por isso, só a ele (Sá Carneiro) concedo ainda o benefício da dúvida, fruto de um misto do fado bem lusitado "e se?..." com um desejo sebastiânico de ver alguém chegar do nada e transformar as rosas de novo em pão. O povo não precisa de promessas, de voltar a ver no poder aqueles que já lá estiveram e não cumpriram. O povo precisa de comida, de empregos, de segurança, de saúde... , mas de promessas NÃO!

quinta-feira, março 01, 2007

A ULTIMA DEFESA


Morreu hoje Manuel Galrinho Bento, vítima de paragem cardíaca. Nem todos terão tido o privilégio de ver jogar Bento, eu tive. De estatura surpreendentemente baixa para um guarda-redes de eleição, Bento tinha sempre o condão de me irritar, defendendo sempre quando eu já ía gritar golo, fosse de quem fosse, desde que na baliza do Benfica. Mas não, lá estava aquele homenzinho de farta cabeleira e bigode espesso, qual Astérix depois de tomar a poção mágica a fazer mais uma daquelas defesas vulgarmente chamadas de impossíveis, desafiando toda e qualquer lei da fisíca, como se fosse de borracha. Falar de Bento é recordar a minha infância, os primeiros pontapés na bola, muito antes dos computadores, quando qualquer desculpa era boa para saír com os amigos para a rua, para os passeios estreitos de uma memória antiga, onde duas pedras ou duas mochilas marcavam as balizas e ficávamos tantas vezes a discutir se a bola tinha entrado acima ou abaixo de uma barra imaginária, enquanto o esférico, indiferente às nossas quezílias deslizava para o alcatrão, para a frente de qualquer carro que viesse a descer a rua. Na rua ou na escola, todos nós eramos Chalanas, Gomes e Nenés. Nem todos. Aos outros, como eu, menos dados à arte do jogo, era-nos reservado um lugar à baliza, rezando sempre para não sofrermos nenhum golo mais traiçoeiro que nos expusesse aos apupos dos craques da malta. Então, eu imaginava as grandes defesas do Vitor Damas, do Lúcio, do Jesus, do Neno e do Silvino, mas quem eu queria mesmo ser - apesar de não o admitir - era o Bento, aquele homenzinho pequenino e irritante de figura caricata, que juntamente com o Carlos Manuel nos levou ao Mundial do México naquela vitória tirada a ferros em casa dos alemães. Depois de Bento apenas outro guarda-redes voltou a encher-me as medidas e, outra vez do Benfica, Preudhomme. Hoje, ao saber da notícia da morte desse pequeno grande Homem, a tristeza conduziu-me a um passado de recordações que eu julgara perdidas. Assim como essas lembranças, também os homens, aqueles que nos roubaram aplausos e elogios, viverão para sempre, enquanto deles nos recordarmos com saudade e admiração.