Está quase a terminar o domingo de Páscoa e com ele esta quadra alusiva à ressurreição. Não que acredite na maior parte destas histórias de cariz religioso, mas mentiria se não dissesse que sempre me fascinaram, desde a minha infância. E é nessa infância que tenho pensado inúmeras vezes desde que nasceu o dia e na impossibilidade de também eu renascer. Talvez a ressurreição seja mais psicológica do que outra coisa. Talvez seja apenas uma oportunidade - como tantas outras - de meditarmos sobre o caminho que estamos a levar e emendá-lo, se for caso disso. Uma quadra para refletirmos, para perdoarmos, para nascermos outra vez, mais limpos, mais justos. Também eu queria renascer, talvez de uma forma mais física. Porque não pode a vida ser como um jogo de computador em que se tudo estiver a correr mal basta-nos desligar e voltar ao início? Porque não poderemos a dada altura das nossas vidas simplesmente fazermos um reset e partirmos uma vez mais do zero? Eu, que até nem ligo à Páscoa, deixei-me absorver hoje por estes pensamentos, meditando sobre coisas que eu fiz no passado e não faria hoje, sobre as consequências de cada acto e dos caminhos que a minha vida tomou até à encruzilhada em que me encontro. Dizem que o arrependimento é meio caminho andado para o perdão e que existe sempre um amanhã para quem acredita e essa é a minha fé que move as montanhas da minha esperança, a de que haja uma luz algures, um futuro, uma luta justa por lutar, um lugar onde o Sol chegue, alguém, um motivo para continuar.
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