Sinceramente, hesitei em escrever esta postagem. Já não é a primeira vez que recebo algumas críticas ou sinais de preocupação de cada vez que apresento algo menos animador, mas por mais que muitas vezes tente dar uma cara diferente ao blogue, ele representa uma quota-parte muito importante da minha pessoa e personalidade, mudando de humor consoante a alegria ou a tristeza do seu autor. Não são uns quantos momentos mais ou menos felizes que determinam a nossa maneira de ser. Hoje não estou triste ou alegre, talvez me sinta incompreendido. Sim, talvez seja o meu espírito determinante hoje. Incompreendido e revoltado. No par de dias que antecedeu estas palavras fui, directa ou indirectamente vítima de tentativas de assalto que, num dos casos, só não pôs em causa a minha integridade física ou mesmo a própria vida por uma feliz coincidência. Não é fácil aparar golpes como estes no plano psicológico, ainda para mais, não havendo qualquer feedback da parte de quem deveria fazer qualquer coisa e, às vezes, uma simples palavra ajuda tanto. Também no plano sentimental estes dois últimos dias não foram fáceis. Nada a que não esteja acostumado, embora certos comentários fossem nestes casos dispensáveis em favorecimento de um silêncio que, se não ajuda também não prejudica. Mas essa tem sido a história de um vasto número de acontecimentos que marcaram - alguns de forma mais indelével - a minha vida. Seja qual for a posição tomada, por muito que a intenção seja a melhor, alguém acaba sempre por se magoar, alguém acaba sempre por nos criticar. Por isso hesitei, embora sempre tenha sido difícil dizer não às palavras, a essa verborreia quase sempre inócua que hoje muito raramente percorre as minhas veias e exala através de cada poro como um grito que não pode ser contido.
Não gosto de grandes textos. Chateiam quase sempre quem os lê. O bom escritor, como diria Saramago, será sempre aquele que consegue dizer mais no mínimo possível de palavras. Aquele que consegue fazer o inverso não engana os mais perspicazes, é político. Mas decidi-me a seguir em frente, a dar o pulo de olhos vendados, o peito aberto às balas, no tipo "que se dane, seja o que Deus quiser!", e lá estou eu a falar d'Ele mais por costume do que por convicção. Como se não bastasse o caos em que se transformou a minha vida pessoal, tão serena como um barril de pólvora prestes a explodir e a arrastar-me por consequência para um fosso de dimensões incomensuráveis só comparadas ao défice orçamental do Governo, os últimos dias proporcionaram transmitir essa mesma inquietante sensação para o plano profissional, dando-me a impressão de, num ápice, ter-me tornado um alvo apetecível para críticas injustas, ao ponto de chegar a confundir a minha imagem no espelho à de um assassino ou marginal sem direito a defesa. Cidadãos, protejam os vossos mais preciosos valores, escondam as filhas, puras e castas as donzelas. Não se deixem iludir pela aparência destes olhos placidamente tristes ou dos exagerados sermões de um falso moralismo tantas vezes apregoado mas tão poucas vezes praticado. Acautelem-se, pois este homem é o pior dos pervertidos, um mentiroso compulsivo, ladrão de corações, um egoísta insensível e implacável que por onde passa destrói qualquer forma de vida em redor, semeando no seu lugar sarjetas imensas, impregnadas de dor, devastidão, devassidão moral e sofrimento, angústia, como uma terrivel e biblica praga. Tenho hoje em quem tantas vezes me defendeu alguns dos meus mais acérrimos críticos e algozes. É tão ténue e delicada a linha que separa o bestial da besta. À falta de aliados quem vai pagar a minha caução? Ninguém. Pelo perigo que represento, pela irresponsabilidade danosa, pelo mau carácter, mais valia trancafiarem-me já na mais segura e inexpugnável das celas e jogarem a chave fora.
Não gosto de grandes textos. Chateiam quase sempre quem os lê. O bom escritor, como diria Saramago, será sempre aquele que consegue dizer mais no mínimo possível de palavras. Aquele que consegue fazer o inverso não engana os mais perspicazes, é político. Mas decidi-me a seguir em frente, a dar o pulo de olhos vendados, o peito aberto às balas, no tipo "que se dane, seja o que Deus quiser!", e lá estou eu a falar d'Ele mais por costume do que por convicção. Como se não bastasse o caos em que se transformou a minha vida pessoal, tão serena como um barril de pólvora prestes a explodir e a arrastar-me por consequência para um fosso de dimensões incomensuráveis só comparadas ao défice orçamental do Governo, os últimos dias proporcionaram transmitir essa mesma inquietante sensação para o plano profissional, dando-me a impressão de, num ápice, ter-me tornado um alvo apetecível para críticas injustas, ao ponto de chegar a confundir a minha imagem no espelho à de um assassino ou marginal sem direito a defesa. Cidadãos, protejam os vossos mais preciosos valores, escondam as filhas, puras e castas as donzelas. Não se deixem iludir pela aparência destes olhos placidamente tristes ou dos exagerados sermões de um falso moralismo tantas vezes apregoado mas tão poucas vezes praticado. Acautelem-se, pois este homem é o pior dos pervertidos, um mentiroso compulsivo, ladrão de corações, um egoísta insensível e implacável que por onde passa destrói qualquer forma de vida em redor, semeando no seu lugar sarjetas imensas, impregnadas de dor, devastidão, devassidão moral e sofrimento, angústia, como uma terrivel e biblica praga. Tenho hoje em quem tantas vezes me defendeu alguns dos meus mais acérrimos críticos e algozes. É tão ténue e delicada a linha que separa o bestial da besta. À falta de aliados quem vai pagar a minha caução? Ninguém. Pelo perigo que represento, pela irresponsabilidade danosa, pelo mau carácter, mais valia trancafiarem-me já na mais segura e inexpugnável das celas e jogarem a chave fora.
3 comentários:
Bem Miguelito é a primeira vez em todos estes anos em que escreves no teu blogue que fiquei assustada com as tuas palavras...está tudo bem contigo?
O Anticristo chegou…
Bom texto Miguel T. e concordo, é muito fina mesmo a linha que separa a Besta do Bestial.
Respira, esquece e recupera rapidamente, mais tarde hás de levar mais… o cérebro humano recupera e resistirá melhor da próxima vez.
Estas palavras não foram mais que o resultado de um devaneio literário, uma forma de desabafar - da forma que mais gosto de fazer. Outros há que vão ao futebol chamar nomes ao árbitro - sobre alguns factos que me marcaram recentemente mas sobretudo com alguns julgamentos que considerei injustos e precipitados. Mas está tudo bem, como diz o mais recente visitante deste espaço, isto está sempre a acontecer com milhares de pessoas todos os dias, caímos e voltamos a levantarmo-nos e a vida continua a cada nascer do sol.
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