Chegou a ser empolgante, assumo, ter assistido no passado dia 22 a cenas como estas em directo e sem aviso prévio de conteúdo impróprio ou a sinalética da bolinha no canto superior do televisor, entre a jornalista Manuela Moura Guedes e o Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, mas a verdade é que o pseudo-jornalismo bombástico que eu tanto critico, imagem de marca da TVI em geral e de MMG em particular, já mereciam uma resposta à altura, porque a falta de isenção tantas vezes demonstrada ou a sede de protagonismo em ataques carenciados de provas saltam à vista até dos mais desatentos. Não digo com isto que, por exemplo, José Sócrates seja completamente inocente de todas as acusações adjacentes ao caso Freeport, como de tantos outros casos (para só me referir ao combate mais mediático protagonizado pela incomparável MMG e pela sua estação sensacionalista). Entendo sim, que o jornalismo - e em tempos quis seguir essa profissão - deve ser isento, informando, nunca julgando, mas tentando contribuir para a busca da verdade. Verdade essa que nunca esteve latente nesta troca de palavras entre duas pessoas com deveres enquanto figuras públicas. Existem regras, códigos de ética em que o jornalismo praticado pela TVI não se revê, mas que continua impunemente e sistemáticamente a condenar sem provas. É este o jornalismo isento e sério que anunciam? Do outro lado da contenda tivemos um Marinho Pinto à altura, frontal e intransigente, na sua tentativa por vezes triste de explicar o inexplicável, dando ares de um absolutismo que se quer irradiado, chegando a contrariar frases suas e a dar indícios de um total desrespeito pelos princípios democráticos instituídos, próprios de alguém que, vendo-se atacado por todos os lados, insiste em agarrar-se ao poder. Pena que, à falta de argumentos e de educação dos dois intervenientes, o "caldo se tenha entornado" para um espectáculo deprimente e que em nada valoriza seja quem for.
2 comentários:
Tenho a dizer que o que aquele senhor disse é muito verdade. Não conheço nenhum jornalista que seja tão parcial como a Manuela Moura Guedes! Ele apenas foi alguém que finalmente teve a coragem de dizer o que muitos queriam ter dito!
Não me parece que o Bastonário esteja sozinho, caso contrário não seria hoje bastonário. O que faltou ali foi ouvir alguns dos que votaram nele e que o apoiam. A entrevista foi de tal maneira manipulada que por só se ouvir as vozes da oposição, dá a entender que ninguém o apoia.
O Bastonário pareceu-me estar sempre tranquilo em todos os assuntos, sempre uma resposta pronta e sabendo sempre as regras daquilo que fala.
Parece-me mais óbvio que enquanto ele for corajoso o suficiente para apontar o dedo a todos aqueles que estão a agir erradamente, será sempre um alvo a abater.
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