É sempre com tristeza que tomo conhecimento do fim de outros blogues, com a noção cada vez mais palpável de que também este espaço já viu esse mesmo dia mais distante. Para os mais atentos, é notório que a dedicação tem escasseado. Para mim fica também a certeza de que as dúvidas, sobretudo existenciais, mas também a nível do conteúdo surgem cada vez mais frequentes. Manter um blogue requer, não apenas dedicação. É fundamental haver um motivo, uma actualização periódica e alegria, no sentido do acto de postar constituir muitas das vezes um escape, uma forma de desabafo, um grito quantas vezes surdo, mas que nos liberta. O desaparecimento de outro blogue com o qual se partilhavam visitas e se trocavam comentários quase como num ritual diário é como perder um amigo chegado, mesmo que não o conheçamos pessoalmente. Quantos sites visitamos diáriamente ignorando quer o nome ou o sexo do seu autor? É esse o poder, o fascínio da internet, o de aproximar quem está distante, levando-nos por vezes - e por essa mesma contingência geográfica - a trocarmos mais fácilmente confidências com desconhecidos do que com familiares ou amigos. Sei, e espero ser este o caso, que o encerrar de uma etapa como esta - apesar de não ser fácil - não pressupõe obrigatóriamente para quem a toma, qualquer tragédia ou drama pessoal. Quantas vezes o virar desta página não significa o abrir da janela, o pulo em direcção à vida, a descoberta de novos alentos bem menos virtuais e por isso mesmo mais aliciantes, porque a vida não é para ser vivida na ponta dos dedos... mas no pulsar do coração. Eu chamo-me Miguel Ângelo, e este, ainda é O LADO B DA VIDA, sempre tentando agradar a quem fica, mas sem esquecer quem parte.
Poiesis, volume I
Há 2 horas
1 comentário:
mas afinal, é para continuar? estou confuso...
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