sexta-feira, fevereiro 15, 2008

UMA TARDE COM O JOSÉ


Estava eu hoje deambulando pelos corredores do Forum Almada, junto ao Jumbo, quando passei ao lado daquele a quem chamam de "especial", acompanhado pela sua família. Durante uma fracção de segundo hesitei, podia não ser quem me parecia. Afinal, o homem ía com um grande à vontade, sem aqueles tiques que já fazem parte de tantas pseudo-estrelas cá do burgo. Talvez por isso, muitas pessoas passavam por eles sem se darem conta de quem estava ali. Não havia também sinal de guarda-costas ou jornalistas. Mas era ele, indubitávelmente. Como me dirigia na direcção oposta, não desviei a minha rota, tentando ainda parecer indiferente a um dos portugueses mais conhecidos no mundo inteiro. Após a saída do Jumbo, onde adquiri mais alguns filmes para a minha colecção, dirigi-me então à FNAC, onde além de ser ponto de visita obrigatório de cada vez que vou ao Fórum, calculava ter sido o destino de José Mourinho, a figura pública que "abanou" esta sexta-feira à tarde a pacatez do grande espaço comercial. Não me enganei. Ao dirigir-me para a secção dos DVDs, lá estava o homem, uma vez mais sozinho, até ao momento em que a seu lado, procurei saber das novidades aos mais baixos preços. Mais uma vez, não havia nenhum burburinho, mas já se notavam alguns olhares mais curiosos. De roupa desportiva e barba por desfazer, numa imagem aparentemente desleixada, Mourinho parecia conseguir confundir-se entre as demais pessoas, mas não. Não, a julgar pelo feed-back junto do público. Se as mulheres suspiravam já mais descaradamente, os homens não só o invejavam, como sobretudo o admiravam. É que qualquer trapo fica bem ao José, que antes era de Setúbal e agora foi adoptado por um País que parece precisar de ícones para manter a esperança no futuro. E isso - a imagem - não é só produção, chama-se estilo. Por muito que se critique o homem, pelo seu feitio, pela sua arrogância, uma coisa é indesmentível: o homem tem classe. Despachámo-nos quase ao mesmo tempo, eu à frente e ele logo atrás, sempre na companhia da família, na direcção da mesma caixa. Não por muito tempo, porque entretanto alguém da FNAC já tinha sido alertado para tão ilustre visitante, de forma a que de imediato um funcionário se acercou do Special One, conduzindo-o para a Secção do Cartão de Cliente, onde, naturalmente José Mourinho ganhou mais um cartão para a sua já recheada carteira. Os funcionários exibiam grandes sorrisos, daqueles que só estamos habituados a ver nos anúncios promocionais, curvavam-se à sua frente de uma forma desmesuradamente triste. Pareciam pescadores acabados de fisgar um peixe enorme, o que nem foge muito da verdade. Há vidas assim, onde o dinheiro não é preocupação e, estando onde estiverem, não precisam de pedir nada que haverá sempre alguém disposto a dar-lhes mais alguma coisa. E isto não é nenhuma crítica social, é apenas e só inveja... pura inveja.

1 comentário:

lumadian disse...

Eu quando entro nas finanças também vêm logo ter comigo...