Na cena final de Um Sonho de Mulher, o personagem interpretado por Richard Gere consegue vencer o seu medo das alturas, indo ao encontro da personagem de Julia Roberts, num sacríficio que é visto por todos que se deixaram encantar por este filme como uma prova de amor. Será que só nos filmes conseguimos derrotar os nossos próprios dragões?
Minha querida morte!
Há 5 dias
3 comentários:
Olá! Estou a tentar traduzir (para os meus estudos) "O amor é fodido" para o finlandês e como não consigo perceber a ideia duma frase, pu-la no google e voilà! saiou o teu blog.
Peço-te, portanto, na função da cooperação internacional, ajuda na forma de me explicares a ideia ou da frase "tem de haver escombros". Compreendo as palavras mas não a ideia: É positiva ou negativa? Escombros como restos do amor ou algo que destruido e pelo tanto, fodido?
"O amor é fodido. Hei-de acreditar sempre nisso. Onde quer que haja amor, ele acabará, mais cedo ou mais tarde, por ser fodido. É melhor do que morrer. Há coisas, como o álcool e os livros, que continuam boas. A morte é mais aborrecida. Por que é que fodemos o amor? Porque não resistimos. É do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir. De resto, ninguém suporta viver um amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. Tem de haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. Um amor só um bocado fodido pode ser a coisa mais bonita deste mundo."
Obrigadão!
Antes de mais, obrigado pela visita, mesmo que acidental. Não seremos todos nós, que nos movemos neste mundo da internet, turistas acidentais? Adiante. A pergunta colocada é relevante, pois o seu significado no contexto em que está inserido não é totalmente explícito, como raramente deve ser. É essa uma das funções principais seja dos livros como dos filmes, fazer-nos pensar e questionar. Depois de ler e reler estas frases do Miguel Esteves Cardoso, imagino que o significado desses escombros seja positivo, pelo menos do seu ponto de vista pessoal, a partir do momento em que todo o amor - e não apenas o amor - não deve nunca caír num cómodo e pachorrento "já está!", em que damos a fase da conquista por garantida e deixamos de nos esforçar. Aí, o amor perde toda a sua graça e fundamento. Li uma vez uma frase dum autor que não recordo que dizia mais ou menos isto: "No amor, como na guerra, cumprir o dever nem sempre é suficiente". Se não procurássemos sempre a evolução, talvez o Homem não tivesse inventado a roda e daí por diante. Por que pede o poeta a lua, quando a sabe inatingivel? Seria feliz a pessoa que tivesse tudo? Acho que estão aí os escombros, como uma esperança disfarçada de insatisfação que nos obrigue à luta e à evolução... da mesma forma que a criança desmancha um puzzle acabado de completar, só para voltar a montá-lo. Talvez esta seja uma opinião mais pessoal do que do autor mas gosto de imaginá-la assim. Desculpa a resposta tão alongada, mas o tema é realmente aliciante e teve o condão de me fazer pensar, o que me leva a agradecer ainda mais a mensagem. Espero de alguma forma ter auxiliado.
Também eu quero vencer os dragões no sábado!
Ainda não percebi muito bem porque chamas sempre a obstáculos de dragões...
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