invento
corações que dançam ao luar,
palavras
que nos enganam e que contam
segredos calados por revelar.
Quando escrevo
fazemos amor
no silêncio de palavras mudas
como só nós dois sabemos
e fazemos já de cor;
ter na ponta de uma caneta
a carícia de um corpo quente
e na ideia que nos guia uma língua,
ágil, fremente,
à revelia das palavras ditas.
Quando escrevo
em silêncio nos confessamos,
traímos sentimentos,
pecamos,
somos dois numa só frase
iguais na mesma linguagem,
eu e tu
paixão que invento
em cada letra,
em cada palavra
com que te descrevo,
ignorando esse pérfido desprezo,
ponto final com que terminas cada carta,
qual romance, palavras
qu'ainda hoje eu escrevo
e desde sempre a ti dedico.
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