domingo, fevereiro 07, 2010

PORQUE HOJE É DOMINGO!...


QUANTO CUSTA UMA TRAIÇÃO?
E O PERDÃO?

Muito se tem falado em traições nas últimas semanas/meses e até se tem especulado de forma interessante sobre o que leva a uma traição. Simples desejo? Insegurança? Tanto faz, tantos são os motivos ou as desculpas com que muitas vezes nos enganamos a nós mesmos, tentando convencermo-nos de algo que até nem foi bem assim, e não somos afinal tão inocentes quanto estamos a tentar acreditar que somos. Penso hoje na traição de John Terry, futebolista internacional, até agora exemplo de grande carácter e de bom chefe de família. Afinal, também ele andou "enrolado" com Vanessa Peroncel quando esta era namorada do seu então companheiro de equipa e de selecção, Wayne Bridge. Ele e mais quatro ou cinco jogadores do Chelsea.



Pergunto eu se este episódio - ou qualquer outro pecado de natureza sexual ou não - será por si suficiente para destruir uma imagem, todo um passado ou hipotecar o futuro da pessoa que pecou. Talvez aos olhos da companheira - apesar das palavras sempre tão bonitas sobre amar e perdoar -, mas terá uma sociedade onde quase todos temos os nossos próprios telhados de vidro, as nossas próprias traições consumadas, tentadas ou apenas imaginadas, o direito a condenar um homem porque teve um caso extra-conjugal?



Neste caso particular, no ano de 2010, ocorrido numa Inglaterra moderna, John Terry não só está em vias de se separar de Toni Poole - de quem tem dois filhos -, como já perdeu a braçadeira de capitão da sua selecção e ainda ver anulados vários contratos publicitários de vários milhões. O mesmo sucedeu recentemente com o mundialmente famoso Tiger Woods, o golfista americano de quem se descobriu ter tido várias aventuras fora do casamento.



Num mundo em constante - às vezes demasiado rápida - evolução, com notícias e mudanças de hábitos que nos fazem por vezes pensar que afinal não temos uma mentalidade tão aberta como isso, perante tantas e tão surpreendentes novidades, chego agora à conclusão que em outras situações, como esta, são os outros os antiquados e não eu. É que antigamente é que um homem ou uma mulher - geralmente a mulher - era condenada pela sociedade por adultério. Hoje sucede o mesmo perante a permessividade do mundo moderno, mas em sociedades e culturas bastante distintas, em que a mulher chega a ser exposta em praça pública e apedrejada por todos como se fosse um animal selvagem. Quantos de nós, ocidentais e não só, mesmo entre aqueles que pegam as pedras com as mãos cheias de um moralismo de fachada, não seriamos açoitados e apedrejados de cada vez que temos um comportamento amoral ou inadequado à moral e aos bons costumes? Desculpem-me, mas não acredito em santos, só de barro e mesmo assim!...



A opinião pública é uma arma poderosa, a força dos meios de comunicação, tantas vezes na boca do povo por estes dias, a voz popular que anda de boca em boca e que se altera de cada vez que é contada, capaz de transformar mentiras em verdades, sujar reputações imaculadas, destruir carreiras tão arduamente construídas. Será um traidor um criminoso, um condenado a uma pena eterna de acusações e dedos apontados na rua? Será o perdão, a capacidade de perdoar, algo tão divino, de forma alguma ao alcance dos simples mortais como nós?



Sim, repito, John Terry errou - não Vanessa, claro, porque tal como sucedeu com os seus outros companheiros de equipa, por muito que ela provocasse, a carne não pode ser tão fraca como foi a do ex-capitão da selecção inglesa, agora votado a uma posição mais subalterna. Tenho para mim que o caso só poderia seguir dois caminhos: perdão ou divórcio. E tudo de uma forma simples, discreta e particular, porque a carreira de alguém, a imagem profissional não pode nem deve estar sujeita aos passos, às opções tomadas no campo sentimental e conjugal. Condenar uma pessoa, denegrir a sua imagem, distingui-lo pelos seus erros e não pelos seus feitos e qualidades não pode - não deve - ser tão fácil, especialmente numa conjuntura onde os valores, as normas e os conceitos de moral ou amoral, certo ou errado são cada vez mais subvalorizados e difíceis de avaliar em nome da corrupção, do sucesso e do prazer imediato e sem consequências, da ambição e do egocentrismo. Quem de nós nunca errou? Quem de nós nunca pecou, nem mesmo em pensamento? Quem vai atirar a primeira pedra?

6 comentários:

Regina Rozenbaum disse...

Miguelito Amado
Num sei o que aconteceu, mas hoje tive problemas com a net e só agora pude chegar...ufa. Eu não atiro pedra de jeito nenhum, de nenhum jeito rsrs olha o telhado de vidro rsrs...quem não tem? Não se esqueça: a partir de amanhã e ao longo de toda a semana, sairá, finalmente, o NOSSO me cativa! Espero vc! Uma ótima semana!!!!
Beijuuss n.c.

www.toforatodentro.blogspot.com

Guma disse...

Olá amigo Miguel,
As razões que levam cada um a determinados comportamentos, são extremamente difíceis de ajuizar. Primeiro pergunto-me com que direito o faremos? Depois, se apreciamos alguém pelo desempenho como atleta, ou artista etc, não consigo perceber o que a vida intima e que nada tem a ver com a pública, possa afectar a imagem que temos dessas pessoas. A finalizar, será que alguém pode dizer desta água não beberei. A vida dá voltas tão grandes que por vezes ao que assistimos é a uma moral para nós, outra moral para os outros no que diz respeito ao mesmo assunto.
Recebe um forte e amigo kandando

mjoaob disse...

Acho que não se deve atirar mesmo.
Uma boa semana
bj

Síndrome dos Trinta disse...

Se algum ditado popular pode ser tido como certo, será "não digo que desta água não beberei". Comproveio-me pessoalmente e sem arrependimentos, comprovei-o através dos que me rodeiam, comprovo-o todos os dias quando olho para o lado. A fidelidade é uma utopia, a fidelidade possui um dicionário próprio onde cada um abre na definição que mais lhe apraz.

Lana Tavares disse...

eu so tenho a dizer. que nao perdoo traiçoes. nao existe motivo nenhum k as justifique, seja no amor ou na amizade. se o que alguem sente por mim não é o suficiente para não me trair, para pensar primeiro em mim por uma vez e pôr de lado o resto. entao nao vale apena. chamem-lhe o que quiserem. as pessoas podem errar, mas trair n é um erro..é uma escolha que se faz. e é quando essa questao se poe, que lado escolher? que se vê do que as pessoas sao feitas. não é em momentos simples que se sabe a realidade das coisas. é nos dificeis. e se nesses nos falham, de que interessam os outros?

S* disse...

Ninguem tem nada a ver com a vida privada do senhor... apesar de ser um futebolista famoso.


Já fui traída e ser o que dói. Se continuar a pessoa que sou, nunca o irei fazer.